Fernanda Cabral celebra uma década de prática musical em UTIs Neonatais com o projeto “Uma Canção para quem se Ama”

 

Foto: Nath Britto


O projeto “Uma canção para quem se ama”, celebra 10 anos de prática do “Música nas Incubadoras”, que vem sendo realizado pela cantora, compositora, multi-instrumentista e musicoterapeuta Fernanda Cabral nas unidades neonatais de diferentes maternidades do Distrito Federal, da Espanha e Portugal.

 Na ocasião, Fernanda realizará, entre setembro e novembro deste ano, uma circulação do projeto pelos hospitais: Hospital Regional de Sobradinho (HRS), Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), e Hospital da Região Leste do Paranoá (HRL) dos “microconcertos” destinados a bebês prematuros.

“Uma canção para quem se ama” é um mergulho na composição da canção que é criada no momento, a partir do nome da mãe, do pai e do bebê. Ela surge no encontro e é improvisada pela artista com cada díade ou tríade. As sessões musicais são elaboradas “in situ”, com utilização de melodias vocais e sonoridades acústicas e percussivas. O objetivo é favorecer a recuperação dos bebês e fortalecer o vínculo emocional entre eles e seus pais, sobretudo a mãe.

 

Com metodologia centrada também na escuta da situação emocional das mães; a artista e pesquisadora inclui em seu processo de composição os desejos, sonhos e anseios dessas para com seus bebês, traduzidos poeticamente nas letras das canções. A canção promove um resgate do sonho do imaginário anterior ao seu nascimento.

“Poder narrar a história do bebê, através de uma canção, é um espaço de reelaboração da própria mãe dessa narrativa, redimensionando o seu lugar, em sua vida. A música reconecta os sujeitos às suas próprias histórias, também transgeracionais, pois o bebê faz parte de um sonho familiar. A música, por outro lado, não só permite à mãe reelaborar o trauma através da escolha das palavras que irão fazer parte da narrativa, bem como é vibração que toca o corpo do bebê. Tem efeito de mão-dupla: trata do psicológico e ao mesmo tempo da parte física de ambos”, conta Fernanda.

A proposta de Fernanda Cabral junto aos pacientes prematuros coaduna-se com as principais diretrizes das maternidades brasileiras que se destacam por sua excelência e referência na atenção integral à saúde da mulher e da criança, no ensino, na pesquisa e no atendimento igualitário às famílias de todas as regiões brasileiras, notadamente as menos favorecidas. Além disso, esta proposta impulsiona a construção de um novo olhar estético e transversal na esfera psicofamiliar, trazendo para a relação entre pais e bebês, em seus primeiros meses de vida, recursos determinantes em todo o seu futuro crescimento afetivo, cultural e social.

Este projeto artístico, pioneiro, humanitário e de grande alcance social conta com recursos do FAC - Fundo de Apoio à Cultura do DF e prevê, além dos microconcertos nas unidades neonatais, o lançamento de um álbum musical inédito, com 10 canções de ninar e três breves documentários com fotografia de Marcelo Barbosa. Cada um deles mostrará o desenvolvimento do projeto nas três unidades e serão disponibilizados na página da artista na internet: www.fernandacabral.com. 

A canção, saúde e humanização

A partir das pesquisas prática e teórica realizadas nos últimos dez anos, inicialmente por meio da residência e formação em Portugal com o especialista em música para bebês, o musicólogo Paulo Lameiro, e posteriormente aprofundada em sua dissertação de Mestrado, a artista elaborou a sua própria metodologia de trabalho, identificando os principais elementos psicocriativos que servem de base para a elaboração dos chamados micro concertos. 

A música cria um espaço sonoro para a humanização, propiciando uma relação de afetação entre os que dele participam. Por isso, ao se levar música para o contexto hospitalar, muitos serão impactados por ela: técnicos de enfermagem, neonatologistas, equipe médica em geral - haja visto que não existe um espaço físico restrito para sua realização, quando levada às incubadoras.

A canção, nesse contexto, tem uma função importantíssima no fortalecimento da relação mãe-bebê, dá voz aos sentimentos maternais, ao mesmo tempo em que empodera a mãe em seu lugar no ambiente hospitalar. Ela promove a comunicação, simbolização e afeto na relação de cuidados entre a mãe e seu bebê.

“Para a família ver essas reações dos bebês é muito importante. Quando a mãe se emociona, ela abre um espaço para sua expressão mais íntima. A música é o veículo, o suporte para poder falar do não dito, do trauma, sensações, sentimentos; conta Fernanda”

A canção também tem um papel fundamental na reafirmação do lugar da maternagem da mãe em uma UTI neonatal. É muito comum que dadas as circunstâncias de distanciamento entre mãe-bebê, muitas mães não sintam que tenham seu lugar e experenciem a sensação de que este é o lugar do especialista, médico ou enfermeira, e que neste momento sabem o que deve ser feito com seu bebê e o que este necessita.

  

Serviço:

Uma canção para quem se ama

Datas e locais: Microconcertos em setembro no Hospital Regional de Sobradinho (HRS), outubro no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) e novembro no Hospital da Região Leste do Paranoá (HRL)

Entrada: Microconcertos são realizados nos hospitais, restritamente a prematuros, acompanhantes e equipe médica. Acesso não disponível ao público

Patrocínio: Projeto realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal – FAC.

 

Teaser “Uma Canção para quem se Ama” https://youtu.be/KNaVofq7P-E

 

Contato da artista: (61) 98274-9197

Página YouTube do projeto:

https://www.youtube.com/playlist?list=PL5seuiQaawh5rjbF_PWuJocrwH3bEV6GN

 


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