Seis formas das clínicas de saúde usarem inteligência artificial para reduzir erros e ganhar eficiência

 

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Ferramentas digitais otimizam diagnósticos, automatizam rotinas administrativas e permitem que equipes se concentrem no atendimento ao paciente

O setor de saúde suplementar no Brasil reúne atualmente 52,7 milhões de beneficiários em planos médicos, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). As chamadas clínicas populares, por sua vez, cresceram quase 200% entre 2018 e 2022, de acordo com estudo do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS). Nesse ambiente de expansão e aumento de custos, a inteligência artificial (IA) surge como alternativa para reduzir erros e oferecer maior previsibilidade. Relatório global da Deloitte indica que 72% dos executivos de saúde têm como prioridade a eficiência operacional até 2025.

A discussão também ganha força no cenário internacional. A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou diretrizes sobre uso ético da tecnologia em 2021, enquanto a Accenture estima que até 30% das atividades médicas possam ser automatizadas por IA. Já a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) calcula que diagnósticos equivocados respondem por até 17,5% dos gastos totais em saúde, reforçando a importância de soluções digitais para reduzir riscos.

Na prática, softwares com IA já apoiam clínicas e hospitais em múltiplas frentes: do agendamento automatizado com lembretes de consultas à análise de exames por imagem, passando pelo controle de estoque e gestão financeira. A integração dessas ferramentas reduz falhas humanas, melhora a organização de dados e agiliza o atendimento ao paciente.

Segundo Éber Feltrim, especialista em gestão de negócios para a saúde e CEO da SIS Consultoria, a aplicação da tecnologia não substitui profissionais, mas amplia sua capacidade de entrega. “A inteligência artificial torna previsíveis as tarefas rotineiras e libera a equipe para focar no que realmente importa: o cuidado e a experiência do paciente”.

Feltrim ressalta ainda que a IA fortalece a sustentabilidade financeira das instituições. “Com sistemas que integram a gestão clínica e administrativa, a clínica consegue prever demandas, evitar desperdícios e tomar decisões mais seguras. Isso gera impacto direto na fidelização dos pacientes e na reputação da instituição”.

Na visão do CEO da SIS Consultoria, as clínicas podem começar a adotar inteligência artificial das seguintes maneiras:

1.                  Agendamento online com lembretes automáticos para reduzir faltas;

2.                  Prontuário eletrônico integrado, que centraliza histórico do paciente;

3.                  Automação de cobrança e gestão financeira para prever fluxo de caixa;

4.                  Controle de estoque com alertas inteligentes para evitar desperdícios;

5.                  Análise preditiva de exames, apoiando diagnósticos mais rápidos;

6.                  Treinamento contínuo das equipes para uso adequado das ferramentas digitais.

O futuro do setor depende de uma combinação entre inovação e humanização. “A inteligência artificial precisa estar a serviço da relação com o paciente. Quando unimos dados inteligentes a processos bem estruturados e equipes treinadas, criamos um modelo de saúde mais eficiente, seguro e acessível”, afirma o especialista.

“Estamos diante de uma transformação global. Estimativas internacionais indicam que o mercado de inteligência artificial em saúde deve movimentar mais de 140 bilhões de dólares até o fim da década, e no Brasil já existem hospitais de referência aplicando a ferramenta em exames e gestão de leitos. Além disso, a Anvisa regulamenta softwares médicos baseados em IA, o que dá segurança para clínicas e pacientes. O essencial é compreender que a inovação não substitui o profissional, mas amplia sua capacidade de prevenir erros e melhorar a qualidade do atendimento”, enfatiza Feltrim.

 


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