Exposição fotográfica na Casa Niemeyer celebra artistas que valorizam a identidade afrobrasileira no Mês da Consciência Negra
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| Foto: Divulgação |
Abertura:
Sábado, 01/11/2025, às 16h
A Casa Niemeyer abre as portas
neste sábado, 1º de novembro de 2025 às 16h, para a exposição fotográfica
"Foto Preto Grafia". A mostra reúne o trabalho de sete artistas –
Luíz Roberto Moreira, Andyara Miranda, gabmeta, Denise Camargo, David Alves,
Juliana Uepa e Letícia Miranda – e propõe um percurso visual e simbólico da
fotografia produzida no contexto da arte de matriz africana. Inserida nas ações
do Mês da Consciência Negra, a exposição marca também a abertura da VII
Mostra Competitiva de Cinema Negro Adélia Sampaio de 2025.
A exposição, que demonstra a
pluralidade dos eixos temáticos propostos pelos fotógrafos, conta com a
curadoria de Claudio Bull e a colaboração da professora e organizadora da VII
Mostra Competitiva de Cinema Negro Adélia Sampaio, Edileuza Penha de Souza,
além da equipe de Curadoria e Exposições da Diretoria de Difusão Cultural do
DEX/UnB. Os trabalhos transitam entre temas clássicos da mitologia grega
revisitada até registros cotidianos em Brasília ou Cotonou, no Benin.
O ensaio de Luiz Roberto Moreira,
que, com o auxílio de modelos negros, retratou personagens mitológicos da
cultura grega, como Zeus e Apolo. Nesta representação sensível e potente, os
modelos transcendem o papel de figuras mitológicas e se tornam arquétipos de força,
sabedoria, desejo, fúria, beleza e transformação, cercados por tecidos etéreos
que remetem à antiguidade e à ancestralidade africana. A diversidade da mostra
se estende a outros trabalhos, como o conjunto de fotografias urbanas de
Brasília sob o olhar perspicaz de David Alves. Outro destaque é o ensaio
"Egbé", de Andyara Miranda. Utilizando a palavra iorubá para
comunidade e pertencimento espiritual, o trabalho constrói um território de
encontro entre corpo e imagem, aproximando o ato fotográfico de um rito. As
obras de Andyara transitam entre a cianotipia (revelação artesanal à luz do
sol) e o filme 35mm, propondo uma fotografia que é corpo coletivo, inscrição e
permanência.
A mostra se completa com a fusão do
corpo negro com as águas oceânicas na fotografia de gabmeta, e com as paisagens
delicadas e intimistas que unem fotografia e colagem no trabalho enigmático de
Letícia Miranda. Há, ainda, o registro de rituais de ancestralidade africana
ligados ao Vodum, capturado por Juliana Uepa nas intensas ruas do Benin. E a
exposição culmina na videoinstalação de Denise Camargo. Segundo o curador,
Claudio Bull, "o ato de revelar é também um gesto de demarcar no mundo a
presentificação desses olhares urgentes e cheios de significado para o panorama
atual da fotografia feita no Brasil".
A fotografia preta, nesta
exposição, surge como um gesto de reflexão sobre o mundo, atuando como um
espelho fragmentado que pensa a ancestralidade, os corpos em trânsito e o
direito de narrar a própria história. Com uma curadoria viva que harmoniza o
rigor estético e a pulsação afetiva, "Foto Preto Grafia" se apresenta
como uma celebração da pluralidade e da inegável força criadora da arte
negra.
Serviço: Foto Preto Grafia
Abertura: 01 de novembro de 2025 –
16 horas
Visitação: de 02
de novembro de 2025 a 05 de dezembro 2025
Casa Niemeyer
Endereço: Park
Way, Quadra 26 Conjunto 3
Funcionamento:
Terça a domingo, das 9h às 19h (exceto feriados).
Classificação indicativa:
livre
Entrada gratuita.
Para Casa
Niemeyer nas redes sociais: @casaniemeyer_unb

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