Clara Lima lança clipe de "Bom Dia", faixa de seu novo disco, "As Ruas Sabem"

 

Foto: Divulgação


Vídeo conta com a participação de artistas independentes da zona oeste de SP e trata das dificuldades do cotidiano da quebrada

Se “As Ruas Sabem”, novo álbum de Clara Lima, é dedicado às ruas, a faixa “Bom dia", que agora ganha clipe, recém-lançado no YouTube, intensifica essa relação da rapper mineira com as raízes da cultura hip hop. O cenário escolhido foram as quebradas da zona oeste de São Paulo, onde a cantora mora atualmente, e ela surge acompanhada de amigos e artistas independentes da região, como L e FreezeBoy.

ASSISTA AQUI AO CLIPE DE ‘BOM DIA’

“‘Bom dia’ é a primeira faixa de ‘As Ruas Sabem’ e foi escolhida para abri-lo justamente por ser uma lírica bem direta, trazendo toda a intenção que o álbum queria passar. Conversar diretamente com quem vive a rua, acorda cedo e vai à luta todos os dias. E ‘Bom Dia’ é essa representação, a transmutação do ódio, por ter uma rotina dura, em resiliência na busca para fazer virar nosso corre, sempre com posicionamento, fazendo entender quem são os verdadeiros inimigos”, diz a rapper.

“Bom Dia” é a segunda faixa do disco “As Ruas Sabem” a ganhar clipe. A primeira foi “Tabuleiro” (assista aqui). 

Fotos clipe “Bom Dia” aqui

Mais sobre o disco “As Ruas Sabem”

Mais de 10 anos se passaram desde o começo da jornada de Clara Lima no rap, chamando a atenção pela qualidade de suas rimas nas batalhas no Duelo de MC's, em Belo Horizonte (MG). De lá para cá, a MC deu seus primeiros passos na carreira no coletivo DV Tribo, ao lado de nomes como Djonga, FBC, Coyote, Hot e Oreia. Colocou na rua 6 projetos, entre EPs e álbuns, e nunca deixou de rodar os palcos Brasil afora. Agora, lança seu sétimo trabalho, “As Ruas Sabem", amparada na própria trajetória. "Os melhores caminhos são os que nos levam de volta para nós mesmos.” 

No trabalho, recém-chegado às plataformas de streaming, Clara promove um resgate de si mesma, de volta às próprias raízes e ao boom bap. “As Ruas Sabem” é dedicado às ruas e a todos que carregam a bandeira da cultura hip-hop no país. “O álbum nasce como um manifesto. É a voz calada, não de um, mas de muitos que se negam a desistir e seguem em seus caminhos.” 

A inspiração vem da própria história: após mudanças e desafios encarados em sua carreira, a artista traz seu desabafo, entregando o que faz de melhor com sua lírica afiada e muitas verdades a serem ditas. As faixas carregam o tom da superação e da luta ao expressar a perspectiva da artista sobre a relação ambígua entre revolta e esperança. Também navegam pelos sentimentos de gratidão e fé, como as forças que a mantém de pé caminhando. São 12 faixas conectadas entre si, reproduzidas em sequência, apesar do time de produtores, formado por Madre Beats, Marabá, Teagá, Coyote Beats, DJ Cost, Pizzol, Sartor, Gio Prod, Carla Arakaki e Beat do MK. 

Entre os MCs, participam Vietnã (“Tabuleiro", assinando também a produção), Dalsin ("PHD”), Sant ("Nível Profissional"), Smile ("Demanda”), James Ventura e Mac Júlia (ambos em "Tinta Na Mão”, tributo ao pixo), além do ativista Galo de Luta, ativista e uma das vozes que mais representa a voz da rua hoje no país, em um interlúdio na faixa "Tudo ou Nada”. 

Amparada na intenção de resgatar a força do boom bap e da cultura hip hop como um todo, Clara constrói sua narrativa a partir de uma reflexão profunda sobre o papel da música na sociedade atual, propondo ao público a mesma reflexão. “As Ruas Sabem” é sobretudo um relato. “É o meu compromisso de retribuir à rua um pouco do que ela sempre me deu”, diz. “É de onde vim, por onde andei. Cada passo dado em falso, caminhos que errei. É tudo o que eu sou. As ruas sabem. Eu sei. Os melhores caminhos são os que nos levam de volta a nós mesmos.” 

Se as “As Ruas Sabem” é um disco sobre a rua, a estratégia para o lançamento não poderia deixar de ocupar este espaço: intervenções urbanas, diferentes atos, em momentos distintos, utilizaram do pixo e de artes impressas em murais. Esta movimentação offiline foi captada e levada ao público pelo perfil da artista (@claralimamc) e do álbum (@asruassabem). A arte visual do álbum foi idealizada a partir de um projeto de Carla Arakaki (@carlaarakaki), que, além de DJ de Clara, é fotógrafa, produtora musical e executiva. 

O pixo que dá nome ao álbum foi feito em um muro na Vila Borges, zona oeste de São Paulo, pelo pixador Tex (@texnaoeste), em foto de Carla Araraki. A contra-capa é da fotógrafa Beatriz Galvão (@porbtriz), em um registro de crianças que acompanham não só esse, mas outros trabalhos de Clara pelas ruas de sua quebrada, além da tracklist, escrita à mão pela rapper. 

O show de lançamento aconteceu em 25 de julho como não poderia deixar de ser: no palco onde Clara deu seus primeiros passos no rap, do Duelo de MCs, em Belo Horizonte, em uma noite emocionante, diante de uma plateia lotada. 


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