Exposição em Vitória, no Espírito Santo, celebra a herança africana na linguagem do brasileiro
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| Foto: Divulgação |
Mostra "Línguas africanas que fazem o Brasil" é a primeira itinerância do Museu da Língua Portuguesa de São Paulo e fica em cartaz no Espaço Cultural Palácio Anchieta de 10 setembro a 14 de dezembro de 2025, com curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana e enriquecida com artistas locais
A herança
africana na linguagem do brasileiro se revela nas palavras que usamos sem
perceber, nos sons que atravessam as canções, nos gestos que estruturam nossa
vida cotidiana. É exatamente essa presença que a exposição “Línguas
africanas que fazem o Brasil”, com curadoria do músico e
filósofo Tiganá Santana, coloca em evidência, dessa vez,
no Espaço Cultural Palácio Anchieta, em Vitória (ES),
depois do sucesso premiado e com mais de 240 mil visitantes em São Paulo.
Mostra com entrada gratuita e classificação livre permanece aberta à visitação
na capital até o dia 14 de dezembro de 2025.
Mais do que uma
mostra, trata-se de uma viagem estética e poética pela influência das línguas
africanas no português falado no Brasil. Iorubá, eve-fom e bantu se
materializam em palavras, sons, símbolos e obras de arte, criando um espaço
onde memória e criação se encontram.
Os visitantes já
são recebidos por palavras de origem africana, como “bunda”, “dendê”,
“marimbondo” e “caçula”. Elas surgem impressas em grandes estruturas de madeira
ganhando status e a possibilidade de reflexão e contemplação da linguagem como
uma verdadeira obra de arte.
Itinerância
e enriquecimento com artistas locais
“Línguas
africanas que fazem o Brasil” é a primeira exposição realizada pelo Museu da
Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria
Criativas do Estado de São Paulo, a seguir para outro estado e ainda ser
enriquecida com artistas locais. A itinerância no Espírito Santo amplia o
alcance da mostra e incorpora a produção dos artistas capixabas Castiel
Vitorino Brasileiro, Natan Dias e Jaíne Muniz, reforçando o diálogo entre
herança africana e contemporaneidade.
Entre os
destaques que já faziam parte da mostra composta por instalações interativas,
esculturas, filmes e registros históricos, estão a monumental obra de J. Cunha,
tecido que vestiu o bloco afro Ilê Aiyê no carnaval de 1996; as instalações
audiovisuais de Aline Motta, que exploram grafias centro-africanas; e as
esculturas metálicas de Rebeca Carapiá, inspiradas em frequências
afrocentradas. Complementam a experiência obras de Goya Lopes, projeções sobre o
conceito de “pretuguês” de Lélia Gonzalez, além de búzios, turbantes, tambores
e adinkras (símbolos visuais do povo Ashanti que também atravessaram o
Atlântico).
“A arte é um
idioma que conecta o que foi silenciado ao que insiste em sobreviver. Essa exposição
é, ao mesmo tempo, celebração e tradução de um Brasil profundamente negro, de
um povo que têm participação decisiva na configuração do português que falamos,
seja no vocabulário ou na maneira de pronunciar as palavras e de entoar as
frases. Um legado de cerca de 4,8 milhões de pessoas africanas trazidas de
forma violenta ao país entre os séculos 16 e 19, durante o período do regime
escravocrata. Presença que pode ser sentida em outras manifestações culturais,
como a música, a arquitetura, as festas populares e rituais religiosos”, afirma
Tiganá Santana.
Em sua temporada
paulista, a exposição foi reconhecida pela crítica com o Prêmio IABsp de
Expografia, concedido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil em São Paulo. A
nova temporada, é uma iniciativa do Instituto Cultural Vale e do Museu Vale,
com concepção do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da
Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo,
apoio do Governo do Estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria de
Cultura, com patrocínio da Vale, e realização do Ministério da Cultura, via Lei
de Incentivo à Cultura.
Serviço
Línguas
africanas que fazem o Brasil
Visitação: 10 de
setembro a 14 de dezembro de 2025
Horários: Terça
a sexta, das 8h às 18h; Sábados, domingos e feriados, das 9h às 16h
Local: Palácio
Anchieta - Praça João Clímaco, s/n Centro, Vitória - ES
Curadoria:
Tiganá Santana
Artistas
Capixabas convidados: Castiel Vitorino Brasileiro, Natan Dias e Jaíne Muniz
Classificação:
Livre
Mais informações: educativo.mv@
Iniciativa:
Museu Vale + Instituto Cultural Vale via Lei de Incentivo à Cultura
Patrocínio: Vale
Parceria:
Governo do Estado do ES – Secretaria de Cultura
Produção:
Automática
Concepção: Museu
da Língua Portuguesa + Governo do Estado de São Paulo
Realização: MinC
Governo Federal

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