Consciência Negra reúne 50 mil pessoas no primeiro dia e celebra a potência da cultura afro-brasileira no DF
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| Foto: Divulgação |
Programação
movimentou todas as áreas do evento com shows, debates, oficinas, feira e
atividades para toda a família
O primeiro dia do Festival da
Consciência Negra do Distrito Federal reuniu cerca de 50 mil pessoas na área
externa do Museu Nacional, confirmando a força do evento como um dos mais
importantes encontros de celebração, formação e afirmação da identidade negra
na capital.
Realizado pela Secretaria de
Cultura e Economia Criativa (Secec-DF) em parceria com o Instituto Janelas da
Arte, e com apoio da Sejus-DF, o evento abriu seus três dias de programação com
apresentações musicais, cortejos culturais e performances que ocuparam dois
palcos.
Para o titular da Secec-DF,
Claudio Abrantes, o evento reafirma o papel do Estado na promoção da igualdade
racial: “O Consciência Negra 2025 é mais do que um festival, é um movimento de
valorização, memória e reconhecimento. Celebramos a potência da cultura
afro-brasileira e fortalecemos, juntos, o compromisso de combater o racismo
todos os dias”, afirmou Abrantes.
Logo nas primeiras horas, o
público tomou conta dos diferentes espaços e mostrou que a programação diversa
e gratuita atraiu pessoas de todas as idades. Um dos destaques foi a roda de
capoeira do Mestre Cobra, que surpreendeu pela quantidade de participantes e
espectadores, firmando-se como um dos momentos mais vibrantes da abertura.
As famílias também marcaram
presença no Espaço Kids, que registrou grande adesão ao longo de todo o dia. A
contação de histórias e a oficina brincante empolgaram a garotada, criando um
ambiente de convivência e ludicidade que reforçou o caráter comunitário do
festival. Já na exposição temática, o fluxo de visitantes foi constante, com
público renovado a cada hora, demonstrando interesse e curiosidade pelo
conteúdo expositivo.
Outra área que viveu grande
procura foi o Espaço da Beleza, onde Paola Olívio e equipe ofereceram
gratuitamente penteados afro, especialmente tranças, além de uma concorrida
oficina de turbantes. Longas filas se formaram desde o início da tarde e
permaneceram até o encerramento das atividades, mostrando a relevância da
valorização estética e da representatividade negra.
Reflexão - Na Tenda Muntu, o painel Mulheres Negras
e a Educação que Liberta teve lotação total e tornou-se um dos
momentos de maior densidade do dia. Com intensa participação de estudantes e
professores da rede pública, o debate trouxe reflexões profundas sobre
educação, equidade e vivências cotidianas. Conduzido por Mariana Regis, Profa.
Gina Vieira Ponte e Flávia Santos, com mediação de Keilla Vila Flor, o encontro
conectou a celebração cultural à urgência das pautas sociais.
Noite de grandes shows - A programação musical atraiu grande público e levou
energia às duas arenas. No Palco Brasilidades, espaço dedicado a potencializar
artistas negros do DF, a abertura foi marcada pelo ritual do Afoxé Ogum Pá, com
a Yalorixá Mãe Dora de Oya realizando a lavagem simbólica e inaugurando o axé
do evento. Na sequência, subiram ao palco Daniel Beira Rio, Cida Avelar, uma
eletrizante apresentação de Ballroom - expressão artística que engloba
performance, voguing, moda e beleza, além de constituir um espaço de acolhimento
para Houses da comunidade LGBTQIA+ negra e latina - e Isa Marques, cuja atuação
esquentou a plateia.
Na Arena Lydia Garcia, a noite
começou com as artistas locais Laady Bi e Ju Moreno, preparando o público para
as atrações nacionais. Às 22h30, Ludmilla tomou o palco e transformou o espaço
em um grande coro coletivo. Entre seus sucessos cantados em uníssono,
apresentou em primeira mão a inédita “Dopamina”, rapidamente aprendida pelo
público. Encerrando a noite, Alexandre Pires revisitou hits da carreira e do
tempo do Só Pra Contrariar, embalando o público até a madrugada.
Feira e gastronomia - A feira criativa e a praça de alimentação também
mantiveram fluxo intenso durante todo o dia, reunindo empreendedores, artesãos
e chefs que reforçam a economia criativa e a culinária de matriz africana no
DF.
Hoje tem mais - programação desta sexta-feira (21) segue
intensa e diversa, com atrações distribuídas ao longo de todo o dia. A
exposição “Retratos” fica aberta das 12h às 22h,
enquanto o Espaço Kids oferece oficinas de Tambores
de Papel e Dança Afro, garantindo atividades para as crianças. A área
gastronômica funciona a partir das 12h com o Sabores do Quilombo,
e a Feira Afro Carius reúne artesanato e
empreendedores na Kitanda, das 14h às 22h. Já na Tenda Muntu, o público
acompanha a palestra “Descomplicando o Letramento Racial”,
com Eric Marques, e o painel “Estética Negra – Para Além do Look”,
reunindo especialistas para discutir identidade, corpo e política, seguido do
cortejo do Grupo Cultural Obará.
Nos palcos,
a Arena Dona Lydia recebe Israel Paixão, Os
Pacificadores, Uel, além das apresentações aguardadas da Timbalada e
de Mumuzinho. No Palco Brasilidades,
dedicado a valorizar artistas negros locais, sobem ao palco Margaridas,
Martinha do Côco e o rapper GOG, encerrando a
noite com força e representatividade. O festival segue com programação gratuita
até o sábado (22), com detalhes no perfil oficial @consciencianegradf.

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