Black Friday: O que a lei estabelece para proteção dos consumidores?
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| Foto: Divulgação |
Para a advogada Bruna Piza, especialista em Lei Geral de Proteção
de Dados Pessoais, é importante pesquisar em mais de um lugar e em dias
diferentes antes da compra para conseguir o melhor preço e evitar fraudes
O Brasil recebe mais uma edição da famosa Black Friday. Importada dos
Estados Unidos, a data ganha cada vez mais adeptos por aqui. Ela acontece na
última sexta-feira de novembro, e em alguns casos durante todo o mês, quando o
mercado varejista promove promoções em massa, renovando seu estoque para as
vendas de fim de ano.
A data deverá movimentar cerca de R$ 3,93 bilhões e registrar a maior
movimentação financeira desde que foi incorporada ao calendário do varejo
nacional, em 2010, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo (CNC).
As vendas digitais são um fator positivo para o evento desde ano. Até o
início de 2020, o e-commerce brasileiro crescia a uma taxa anual média de
14,1%. Com a pandemia, o ritmo saltou para 46,2%, de acordo com levantamento
baseado nas emissões de notas fiscais eletrônicas computadas pela Receita
Federal do Brasil.
Contudo, o momento requer atenção. Com a popularização do evento pelo
país, também aumenta o número de fraudes, dores de cabeça e dificuldades no
atendimento ao consumidor após a compra. Para se ter uma ideia, o site Reclame
Aqui, especializado em reclamações de consumidores, registrou em 2019 mais de
12 mil queixas em seu portal.
Para evitar esse tipo de situação, é preciso ficar de olho em alguns
detalhes e, se possível, seguir uma pequena lista de dicas e ações que lhe
garantirão boas ofertas e economia de tempo e dinheiro. A primeira delas é a
pesquisa prévia dos preços dos produtos em diferentes lojas a fim de evitar a
famosa maquiagem de desconto, onde o comércio aumenta o valor do produto para logo
em seguida “dar o desconto”.
Para a advogada Bruna Piza, especialista em Lei Geral de Proteção
de Dados Pessoais, é importante pesquisar em mais de um lugar e em dias
diferentes antes da compra para conseguir o melhor preço e evitar fraudes. “O
monitoramento dos preços é uma tarefa simples que já elimina os golpistas logo
de cara. Desconfie das promoções cujos preços são muito menores que o
valor real do produto. Interessante checar o histórico do preço do produto”,
indica.
Uma observação que deve ser feita é verificar a origem do site, se é
seguro e se ele é de alguma empresa conhecida. Para manter a atenção na hora da
compra, Bruna alerta: "Os fraudadores utilizam-se de ‘links patrocinados’
para ganhar visibilidade nos resultados de buscas. Nunca use um computador
público ou de um estranho para efetuar compras e digitar seus dados
bancários”.
Outra dica importante é não comprar por impulso, compre apenas o que
você realmente precisa. Para proteger os dados, a especialista dá dicas para
evitar prejuízos maiores. “Não preencha formulários com dados pessoais para ter
acesso às promoções da Black Friday. Forneça apenas os dados necessários para a
realização da compra e entrega do produto. Qualquer outra informação não
precisa ser passada”, explica a advogada.
Na hora do pagamento, alguns detalhes devem ser levados em consideração.
O ideal, de acordo com a advogada, é dar preferência para pagamento em cartão.
“Se for pagar a compra com boleto, confira quem é a empresa beneficiária que
aparece no momento do pagamento do boleto, no aplicativo ou site do banco. Se o
nome for diferente da marca ou empresa onde a compra foi feita, a transação não
deve ser concluída”, finaliza.

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