ObservaDF: Estudo da UnB aponta a desigualdade da mobilidade urbana no Distrito Federal
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| Foto: Divulgação |
A nova pesquisa do Observatório de Políticas
Públicas do Distrito Federal (ObservaDF), projeto vinculado à Universidade de
Brasília (UnB), analisou a desigualdade da mobilidade urbana no Distrito
Federal. Os dados de opinião pública foram coletados em setembro de 2022 em 23
regiões administrativas da capital federal.
O objetivo do estudo é mapear o uso de todos
os modais de transporte pela população do DF e apontar possíveis caminhos a
serem considerados para uma gestão da mobilidade urbana no território, além de
discutir políticas públicas na área. De acordo com o professor da UnB pesquisador
do ObservaDF Lúcio Rennó, no Distrito Federal, as longas distâncias a serem
percorridas e a forte concentração dos melhores empregos na área central estão
entre os desafios de locomoção na capital do país. “Não se pode tratar da
questão do carro e estacionamentos sem considerar os ônibus, metrô,
aplicativos, transportes irregulares (piratas) e modais não motorizados”,
afirma Rennó.
Segundo o pesquisador, as pessoas de baixo
poder aquisitivo estão restritas em seu deslocamento a um eixo casa-trabalho e
ainda estão limitadas a alguns dias da semana, principalmente por falta de
ônibus. “Muitas vezes ficam limitados nas vizinhanças de sua moradia, pois se
locomovem exclusivamente a pé ou de bicicleta. Ou seja, pessoas de baixa renda
circulam menos frequentemente pelo território nos dias de descanso e a cidade é
apropriada pelos ricos quando se trata dos dias de lazer.”
Os dados mostram ainda que nas RAs de baixa
renda 50,9% das pessoas utilizam ônibus ou metrô. Já nas regiões com poder
aquisitivo mais alto, o número cai para 34,1%. Entre os problemas destacados
pela população, estão transportes muito cheios, preço e conforto dos
ônibus. “Esses são elementos que merecem atenção urgente das autoridades
responsáveis, pois todas as dimensões do sistema são mal avaliadas”, ressalta o
professor da UnB. Além disso, o estudo destaca que a limpeza e conforto nas
paradas de ônibus precisam de ação imediata do Estado. “As ações de manutenção
e melhoria das paradas é algo que o governo pode atacar de forma imediata”,
afirma o pesquisador do ObservaDF.
O estudo também mostra problemas em relação
ao acesso à cidade e o deslocamento pela capital. “A inexistência de atrativos
culturais, de lazer, e os elevados índices de violência podem estar associados
a essa falta de motivação da população em se deslocar. Além disso, muitos dos
entrevistados relataram a falta de dinheiro para o transporte em dias de lazer.”
Lúcio Rennó ressalta ainda que a
desigualdade do uso de modais de mobilidade urbana aprisiona os cidadãos das
RAs mais pobres nos arredores da sua moradia. “A ausência de um transporte
coletivo de qualidade aprofunda a desigualdade da mobilidade no Distrito
Federal”, conclui o pesquisador.
Pesquisadores
A equipe do ObservaDF conta com os pesquisadores: Lúcio Remuzat Rennó Junior, Ana Maria Nogales Vasconcelos, Andrea Felippe Cabello, Frederico Bertholini e Guilherme Viana. Para receber todas as informações e atualizações sobre o estudo, basta acessar o site oficial.
ObservaDF
Informações: www.observadf.org.br
Siga no Instagram: @observadf
Live pode ser assistida pelo
canal: https://www.youtube.com/
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