Tensões do existir: diálogos e dança

 

Tensões do existir. Foto: Thaís Mallon 

Montagem cênica investiga conflitos pessoais provocados pelos constantes estímulos superficiais e chama o olhar para questões de cunho interno


A provocação que levou a intérprete-criadora Tauana Parreiras a conceber o projeto artístico nasceu do desejo em questionar a fuga para o que é superficialmente belo e agradável. Na contemporaneidade, em meio a tantas crises externas e coletivas, “precisamos compreender como encontrar nosso centro, como lidar com as diversas tensões internas e encarar nossos conflitos”, reflete Tauana.

Obra aberta, colaborativa e híbrida, a criadora se propôs a percorrer um longo caminho investigativo para sua constituição. Percurso que conta com a participação do próprio público e de especialistas nos campos da psicologia, filosofia e artes visuais. A realização do projeto se estende pelos meses de outubro, novembro e dezembro.

Na visão da artista, “vivemos uma massificação cultural cada vez maior, na qual setores da sociedade e do Estado tentam suprimir o estranho, o diferente e o outro”, detalha Tauana. Com isso posto, “procuro desenvolver um trabalho que instigue o público a voltar o olhar para questões do universo interno, que envolvem aspectos ligados à identidade e pertencimento, mas podem ir para além destes. Essas investigações internas são um passo importante se quisermos chegar a algum senso de equilíbrio, especialmente em meio ao caos.”  explica.

Assim sendo, Tensões do existir: diálogos e dança apresenta duas oficinas de dança contemporânea a serem realizadas nos dias 16 e 23 de outubro. Nestes espaços, participantes serão convidado a experimentar no próprio corpo como é transformar esse tema em movimento.

Serão realizadas ainda quatro lives abertas ao público interessado, com profissionais da psicologia (29/09), filosofia (06/10), artes visuais (13/10) e dança (20/10), sobre o tema do projeto, nas quais o público poderá participar por meio do chat. Os bate-papos ficarão disponíveis em @dialogosedanca, no Instagram. Essas ações ocorrerão ainda durante o desenvolvimento da videodança, contribuindo assim no processo de criação.

Foto: Thaís Mallon
Ao público interessado, ocorrerão outras três lives de compartilhamento do processo criativo, dias 21, 22 e 23 de dezembro. Como legado, ficará disponível, em plataforma de vídeo na internet a partir de 18 de dezembro, a videodança “asa leve que rasga ao vento”, tratando do tema “tensões do existir”. 

Tendo em conta a situação de insegurança alimentar, enfrentada por muitos brasileiros devido à crise econômica a qual enfrentamos, o projeto lança campanha de arrecadação em dinheiro. As contribuições poderão ser feitas até dia 20 de dezembro, e o valor arrecadado será repassado para projetos parceiros que atuam na distribuição de cestas básica e itens essenciais para pessoas mais severamente afetadas pelo contexto da pandemia.

Videodança: Asa leve que rasga ao vento

No espetáculo em vídeo, a dançarina nada nas águas de seu próprio inconsciente, como se buscasse compreender o que se é. A movimentação nasce da busca, transmutando tudo o que emerge em forma de movimento. Os espaços explorados, no mergulho, não são os cotidianos, mas aqueles esquecidos ou abafados.

Com base nas provocações feitas por Grotowski, em o Teatro Pobre, o espetáculo terá como ponto de partida o corpo em movimento. Iluminação, cenário e figurino podem contribuir para o que é proposto, mas sem que se sobressaiam. Dessa forma, o sentido está voltado para o corpo que se movimenta.

Outra influência importante para as relações dramatúrgicas da videodança é o trabalho do dançarino de Butoh, Kazuo Ohno, o qual é centrado na movimentação do corpo e na exploração de estados emocionais e aspectos psicológicos.

O projeto inicial era de um solo de dança a ser apresentado em teatros e algumas atividades de roda de conversa e oficina. Porém, foi modificado para que continuasse viável durante a pandemia. A ausência de ingressos solidários, caso do solo fosse presencial, motivou a produção a criar a campanha de arrecadação de recursos.

O quê: Projeto de dança: Tensões do existir: diálogos e dança

Oficinas de dança contemporânea

Quando: Dias e horário: 16 e 23 de outubro, às 18h;

Onde: Inscrições através do link bit.ly/oficinacomtauana

 

Quatro lives de entrevistas com profissionais

Psicologia, dia 29/09; Filosofia, dia 06/10; Artes visuais, dia 13/10; e Dança, dia 20/10

Horário: 20h

Local: Disponíveis em @dialogosedanca, no Instagram

Três lives de compartilhamento do processo criativo

Dias e horário: 21, 22 e 23 de dezembro, às 20h

Local: em @dialogosedanca, no Instagram

 

Videodança: Asa Leve que Rasga ao Vento

Dia 18 de dezembro


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