Autópsia IV
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| Foto: Diego Bresani |
Além da temporada, moradores das
regiões participarão da ação artístico-pedagógica “Mediações: formação de
espectadores”
Com dramaturgia original do
Grupo Sutil Ato e direção de Jonathan Andrade, o espetáculo foi construído a
partir de uma densa investigação e encontros com recicladoras do lixão da
Estrutural. A dramaturgia, atravessada pela perspectiva documental, é alicerçada
a partir de relatos e histórias reais dessas cidadãs.
O processo de criação ocorreu
paralelamente à decisão do GDF de fechamento do lixão, até então o maior aterro
a céu aberto da América Latina. O encontro com esses contextos impactou a
criação do espetáculo, que recebeu a contribuição artística de quatro recicladoras
no figurino, na dramaturgia e na encenação.
O que fazer diante da perda do
único sustento de centenas de famílias? A obra denuncia e retrata de forma crua
o cotidiano violento de trabalhadores e trabalhadoras que arriscam suas vidas
em busca da sobrevivência e defesa de suas dignidades. Vidas em constante luta,
marcadas por situações de exploração, precariedade, opressão e desumanidade.
Na trama três histórias se
sobrepõem: a de uma mãe solo, que trabalha dia e noite para sustentar a filha e
ter condições de pagar seu tratamento médico; de um casal; que luta para ter
uma vida melhor e se revolta diante da miséria paga pelo trabalho; e de um
homem cuja presença muda drasticamente o rumo da história.
Integrando o projeto, a ação
artístico-pedagógica “Mediações: formação de espectadores” atenderá cerca de
1200 estudantes do Ensino Médio da Rede Pública, Técnico e da EJA – Educação de
Jovens e Adultos.
Idealizado pelos artistas e
educadores Wellington de Oliveira e Agamenon Bruno, “Mediações: formação de
espectadores” prevê oficinas de capacitação de mediadores teatrais e de
formação de espectadores nas duas cidades. A iniciativa está em sua 3ª edição e
conta com o patrocínio do FAC - Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.
“O Mediações promove a
formação de espectadores para o Distrito Federal, que desde 2015 leva
reconhecidas produções teatrais da cidade para escolas públicas de diversas
Regiões Administrativas do DF, integrando atividades pedagógicas que
potencializam a aproximação do público com os espetáculos”, afirma Wellington
Oliveira, coordenador artístico-pedagógico do projeto. “Uma das marcas
pedagógicas, desde a primeira edição, é a compreensão teatral como investigação
coletiva, fator que traz para o projeto um caráter de participação na criação”,
completa.
Já para Agamenon Bruno,
morador de Brazlândia e também idealizador do projeto, “buscamos movimentar a
programação cultural de regiões do DF pouco contempladas com a circulação das
produções artísticas”.
Dessa vez, o projeto atuará junto às pessoas das comunidades em que o espetáculo será apresentado, Brazlândia e Estrutural, incluindo na equipe de educadores algumas trabalhadoras do extinto lixão da Estrutural. “Elas contribuíram com o processo de criação do espetáculo, inclusive assinam o figurino da peça, além de terem vários dos seus depoimentos levados para a cena. Com essa representatividade em nossa equipe ganharemos muito, pois são detentoras de um conhecimento que não está nos livros e nem nas escolas. Suas histórias, experiências de vida e o olhar acerca das questões que envolvem a vivência delas no maior lixão da América Latina, nos convoca a refletir sobre os conhecimentos populares, as narrativas orais e sobre a própria legitimação que essas vozes têm nesse contexto de mundo injusto em que vivemos”, reflete Wellington Oliveira.
Serviço:
Espetáculo Autópsia IV
Sessões para escolas e abertas à
comunidade
No Instituto Federal de
Brasília – Campus Estrutural
Sessões do espetáculo nos dias 22 e
23 de setembro, 13 horas.
Oficinas de formação de
espectadores das 8h às 12h.
Na Chácara do Professor –
SINPRO-DF
Sessões do espetáculo no dia 06 de
outubro, às 14h30 e 20h.
Oficinas de formação de
espectadores, nos dias 04 e 05 de outubro, exclusivas para estudantes do Centro
de Ensino Médio 01 e do Centro de Ensino Fundamental 02 de Brazlândia.
Entrada franca. Não
recomendado para menores de 14 anos.
Informações: 98216-0481 e www.instagram.com/
* Esse projeto é realizado com
recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal e Secretaria de
Cultura e Economia Criativa.
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