ELA & EU
| Foto: Divulgação |
Um filme de Gustavo Rosa de Moura,
protagonizado por Andrea Beltrão, será exibido na Mostra Competitiva Nacional
do 54º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro dias 10 e 11 de dezembro, às 23h30
“Ela & Eu”, segundo longa-metragem de ficção de Gustavo
Rosa de Moura (Canção da Volta), e que também será exibido na mostra
Hors Concours do 23º Festival do Rio, dia 12 de
dezembro, acompanha o despertar de Bia (Andrea Beltrão)
após 20 anos em coma. Esse acontecimento extraordinário provoca uma mudança
radical não só na vida dela, mas na de toda sua família. Sua filha, Carol (Lara Tremouroux), já é adulta, e seu ex-marido,
Carlos (Du Moscovis) está casado com Renata (Mariana Lima). Acostumados com a
rotina de cuidados com Bia em home care, todos terão de reaprender
a conviver.
Nas palavras do diretor, “‘Ela e Eu’ é um filme sobre como a gente faz
para se adaptar diante de eventos inesperados e raros. O fato da Bia entrar em
coma e depois despertar é algo completamente impossível de ser antecipado e
afeta não só a vida dela mas também a de todos que estão ao seu redor. Quando
acontecem coisas assim – ou uma pandemia, um desastre natural –, a gente
percebe que não tem controle sobre o que a vida nos apresenta, sobre o nosso
futuro, sobre os nossos planos mais profundos.”
A condição física de Bia é apenas o ponto de partida para falar
sobre as relações afetivas, os sentidos humanos e o
sentido das coisas. Com uma visão poética, o longa explora temas como a
dificuldade de estar no mundo, de se relacionar, e a necessidade que temos de
nos reinventar ao longo da vida. Aos poucos, a personagem revive várias
“primeiras vezes” – falar, andar, tomar banho de mar – e redescobre os pequenos
prazeres.
“Achei o argumento muito interessante, a história de uma bela adormecida
nos tempos de hoje. Como seria essa pessoa surgir depois de 20 anos, do nada.
Como é o mundo dessa pessoa, como é essa pessoa no mundo. Me interessei em
falar dos nossos limites, das nossas dificuldades extremas, de nossas
deficiências físicas, mentais ou afetivas.”, comenta Andrea Beltrão.
O filme teve um processo colaborativo intenso para elaboração do
roteiro, que contou com engajamento do quarteto principal de atores: Andrea
Beltrão, Du Moscovis, Mariana Lima e Luiza Arraes (que depois, por questão de
agenda, não pôde participar do filme. O papel da Carol ficou com Lara Tremouroux). Diretor e atores se encontraram diversas vezes para
debater cenas, personagens e o rumo da história, até chegarem ao roteiro final.
E mesmo durante as filmagens ajustaram algumas cenas na hora de rodar. O elenco
também reúne Karine Teles, que interpreta Sandra, a cuidadora de Bia, e Jessica
Ellen, no papel de Giovanna, namorada de Carol.
Toda feita no Rio de Janeiro, a filmagem durou cinco semanas. Mas o
longa teve cinco meses de pré-produção, envolvendo desde muito cedo alguns
profissionais chave para pensar a parte conceitual do filme. As diretoras de
fotografia e arte, a figurinista, o compositor da trilha sonora, os produtores
de locação e a assistente de direção estabeleceram conversas com o Gustavo bem
antes das filmagens.
O cenário ideal para a casa da família, onde boa parte da trama se
passa, foi encontrado na Ilha do Governador; bairro que serviu como locação
para várias cenas.
A trilha sonora, que ficou a cargo do compositor Lucas Santanna, também
foi pensada antecipadamente e é um dos aspectos mais importantes da trama. Bia
é uma ex-roqueira e sua filha toca teclado para povoar de música o longo coma
de sua mãe. Não por acaso, a música homônima de Caetano Veloso dá título ao filme.
As letras das duas canções de Bia que aparecem no filme foram escritas pela
compositora Ava Rocha. Além das composições originais feitas para o filme,
canções de Chico Buarque, Caetano Veloso, Tincoãs, Doces Bárbaros e Patty Smith
ajudam a ditar o ritmo e a atmosfera de determinadas cenas.
Com previsão de estreia para 13 de agosto, o longa é uma produção da Mira Filmes, em coprodução com a 20th Century Fox e a Querosene Filmes.
SINOPSE:
Há 20 anos, Bia entrou em coma no momento do nascimento de sua filha.
Mas isso não impediu que por todo esse tempo ela tenha feito parte do dia-a-dia
da família, mesmo que desacordada. Um dia, no entanto, Bia subitamente acorda.
E, enquanto reaprende a enxergar, a falar, a andar e a se relacionar, sua filha
adulta, seu ex-marido e a atual mulher dele tentam absorver o impacto da
presença viva daquela pessoa amada e desajustada.
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