Asa leve que rasga ao vento
| Foto: Thaís Mallon |
Montagem que investiga conflitos
pessoais provocados pelos constantes estímulos superficiais e chama o olhar
para questões de cunho interno
Asa leve que rasga ao vento é um
videodança que investiga as tensões do existir a partir de questões
existenciais sobre alteridade e o sentimento de pertencimento. A criadora e
performer Tauana Parreiras realiza um mergulho no seu próprio
inconsciente, acessando um universo de sensações e sentimentos que faz de seus
conflitos corpo numa tentativa de processar os mais profundos questionamentos
sobre vida e morte.
No processo criativo, a autobiografia foi o ponto de partida para a
pesquisa de movimento baseada em improvisações. Os achados da investigação
ultrapassam a dimensão pessoal ao “provocar reflexões sobre a condição humana e
o estado de crise que vivemos”, explica a performer. Para ela, “há crises
pessoais e coletivas que flagram uma crise maior, de representação”, constata.
As diversas maneiras como o mundo é traduzido em imagens, gestos,
conceitos e ideias, segundo ela, “têm carecido de sentido por não conseguirem
nos fazer compreender melhor esse espaço, nem vislumbrar formas de mudá-lo ou
mesmo sustentá-lo, causando um grande mal-estar”, avalia, que aponta, “encarar
esses conflitos sem solução parece, de forma paradoxal, criar um alento”.
Entre a dor e o prazer de aceitar a própria condição e ser quem se é, há
uma espécie de plenitude e equilíbrio. A sucessão de imagens, paisagens
internas e externas criadas para o vídeo visitam as sensações e reverberações
do inconsciente disparadas ao processar os desdobramentos dessas reflexões.
Com a colaboração da coreógrafa Luciana Lara, que no
trabalho exerce a função de dramaturgista, as imagens de Thaís Mallon e
a edição de Isabelle Araújo, a performer e dançarina Tauana
Parreiras concebe uma dramaturgia e uma obra coreográfica que
desconstrói sentidos narrativos e virtuosos para alcançar uma perspectiva
íntima e íntegra de uma experiência interna.
Quem assiste o videodança é testemunha de uma viagem emocional e
convidado a engajar em uma perspectiva sensória com o simples e com o ritmo da
sucessão de imagens e pequenos movimentos
O vídeo ficará disponível em plataforma de vídeo a partir de sua estreia dia 18 de dezembro.
Sobre Tensões do existir: diálogos e dança, projeto que deu origem à montagem:
A provocação que levou a intérprete-criadora Tauana Parreiras a conceber
o projeto nasceu do desejo em questionar a fuga para o que é superficialmente
belo e agradável. Na contemporaneidade, em meio a tantas crises pessoais e
coletivas, “precisamos compreender como encontrar nosso centro, como lidar com
as diversas tensões internas e encarar nossos conflitos”, reflete Tauana.
Na visão da artista, “vivemos uma massificação cultural cada vez maior,
na qual setores da sociedade e do Estado tentam suprimir o estranho, o
diferente e o outro”, detalha. Com isso posto, “procuro desenvolver um trabalho
que instigue o público a voltar o olhar para questões do universo interno, que
envolvem aspectos ligados à identidade e pertencimento, mas podem ir para além
destes. Essas investigações internas são um passo importante se quisermos
chegar a algum senso de equilíbrio, especialmente em meio ao caos.” Explica
Tauana.
Assim sendo, Tensões do existir: diálogos e dança promoveu
duas oficinas de dança contemporânea. Nestes espaços, participantes foram
convidados a experimentar no próprio corpo como é transformar esse tema em
movimento. Foram realizadas, ainda, quatro lives com
profissionais da psicologia, filosofia, artes visuais e dança, nas quais o
público pode participar por meio do chat. Os bate-papos estão disponíveis em
@dialogosedanca, no Instagram. Ao público
interessado, ocorrerão, dias 21, 22 e 23 de dezembro, outras
três lives de compartilhamento do processo criativo.
O projeto inicial era de um solo de dança a ser apresentado em teatros e algumas atividades de roda de conversa e oficina. Porém, foi modificado para que continuasse viável durante a pandemia. A ausência de ingressos solidários, caso do solo fosse presencial, motivou a produção a criar a campanha de arrecadação de recursos.
Serviço:
Projeto de dança: Tensões do existir: diálogos e dança
Videodança: Asa Leve que Rasga ao Vento
Dia do lançamento 18 de dezembro
Lives de compartilhamento do processo
criativo
Dias e horário: 21, 22 e 23 de dezembro, às 20h
Local: em @dialogosedanca, no Instagram
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