O que é ser “normalizado”?
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| Foto: Divulgação |
Adaptação da obra do francês Michel Foucault,
espetáculo utiliza marionetes inspiradas nos quadros de Goya e nas imagens de
Bosch para provocar reflexão sobre o conceito de normatividade
A Companhia Caravan Maschera, de
Atibaia (SP), traz ao CCBB Brasília, pela primeira vez, o espetáculo “Vigiar e
Punir: um soldado beijava a boca de Foucault na escada da escola”. As
apresentações ocorrem de 21 a 31 de março, de quinta a sábado, às 20h.
Domingos, às 19h. Ingressos a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Clientes Banco do
Brasil pagam meia entrada. Classificação indicativa 16 anos.
A montagem, baseada na obra do
filósofo francês Michel Foucault (1926-1984), mostra como os conceitos de
punição e vigilância evoluíram na sociedade contemporânea. Com bonecos inspirados
em quadros de Goya e Bosch e interpretação com linguagem de bufão, a peça busca
desvelar os conceitos de uma sociedade “disciplinar e normopática”
descritos pelo autor do clássico “Vigiar e Punir”.
Sem cair no didatismo ou na
retórica bruta, o espetáculo utiliza humor sarcástico, poesia visual e formas
animadas para tocar o público de maneira mais sensitiva e emotiva. No palco, 12
bonecos e formas animadas são manipuladas por apenas dois atores caracterizados
como indigentes (bufões). A iluminação tem papel fundamental, pois segue as
nuances do texto e da musicalidade e enfatiza a potencialidade e a beleza dos
bonecos.
“O que queremos com essa
adaptação de Foucault é mostrar como as instituições disciplinantes que nos
cercam - a escola, a prisão, a medicina, a religião, o trabalho e a própria
família - agem sobre nós para nos tornarmos seres ‘mansos’. O público pode, a
partir de suas próprias reflexões e leituras subjetivas, buscar vias que
minimizem o risco de uma dominação dos nossos desejos e opiniões”, afirma
Leonardo Garcia Gonçalves, que junto com Giorgia Goldoni, estrela e assina a
direção do espetáculo.
Nesse sentido, a peça é uma forma
de resistência aos princípios de normalização e adestramento do indivíduo nos
dias de hoje, já que demonstra como a ideia de “norma” e “normal” foram criadas
artificialmente para controlar a sociedade. “Apesar de obscura e pessimista,
ela permite algum espaço para o otimismo, na medida em que ilustra como a
reflexão de Michel Foucault pode nos ajudar a enxergar como somos condicionados
a sermos corpos dóceis e obedientes”, avalia Giorgia Goldoni.
O quê: “Vigar e Punir: um soldado beijava a boca de Foucault na escada da
escola”;
Quando:
Data: 21 a 31 de março. Horário: Quinta a sábado, às 20h. Domingos, às 19h;
Onde: Local: Teatro do CCBB
Brasília. Endereço: SCES Trecho 2;
Ingressos: R$ 30 e
R$ 15 (meia);
Classificação indicativa: 16 anos;
Clientes BB pagam meia-entrada;
Venda de ingressos na bilheteria
do CCBB Brasília.
Oficina de teatro de formas
animadas e bonecos
Data: 23 e 24
de março.
Horário: Sábado e domingo, de 9h
às 13h.
Local: Teatro do CCBB Brasília.
Endereço: SCES Trecho 2.
Valor: Gratuito
Inscrição:
Enviar carta de motivação (1
lauda) e currículo resumido (1 lauda) para oficina.ccbb@gmail.com
com assunto: Oficina de Bonecos CCBB Brasília.
As inscrições ocorrem de 10
a 20 de março (até às 23h). Resultado da seleção no dia 22 de março, às 13h,
por e-mail utilizado para inscrição.
Idade mínima: 16 anos.

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