CCBB Brasília recebe mostra Věra Chytilová: a grande dama do cinema tcheco
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| PEQUENAS MARGARIDAS. Foto: Divulgação |
De 26 de
março a 14 de abril, no CCBB Brasília
O Centro Cultural
Banco do Brasil (CCBB) Brasília recebe a mostra de cinema Věra
Chytilová: a grande dama do cinema Tcheco de 26 de março a 14 de abril, no Cinema do CCBB
Brasília. A seleção apresenta 26 produções, sendo 20 longas-metragens e 6
curtas-metragens, com curadoria assinada pela montadora de cinema e TV Rosa
Monteiro. Ingressos a R$ 5(meia) e R$ 10 (inteira). Ao
longo de toda a mostra, todas as mulheres pagam meia- entrada, em comemoração
ao Dia Internacional da Mulher.
A programação ainda conta com masterclass, na abertura da mostra (26) às 19h,
ministrada pela diretora e pesquisadora de cinema Bárbara Cabral. E no dia 27,
também a partir das 19h, debate sobre o cinema europeu com a presença da pesquisadora Bárbara Cabral, da professora
e pesquisadora Clarissa Motter, e da curadora, cineasta e editora em produção
de conteúdo para televisão, Rosa Monteiro. Também será distribuído catálogo
com com informações, fotos, textos críticos inéditos e traduções de textos
célebres.
A mostra de retrospectiva da produção
cinematográfica da cineasta e diretora Vera Chytilová apresenta pela primeira
vez suas principais produções ao público brasileiro, que terá contato tanto com
a filmografia de ficção e não-ficção, digital e em película.
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| FRUTO DO PARAÍSO. Foto: Divulgação |
Vera Chytilová iniciou sua
carreira em uma Tchecoslováquia dominada pela União Soviética, encontrando na
atmosfera política uma de suas mais fortes influências em todos os aspectos da
sua obra. Firmou-se como um nome conhecido em todo o mundo por Pequenas
Margaridas(1966), com personagens simpáticos e ausência de
uma narrativa contínua. O filme fazia críticas severas ao regime comunista,
trazendo marcas que Vera utilizaria em grande parte da carreia a partir
dali.
Após a obra, a censura governamental
tornou quase impossível para Chytilová buscar oportunidades dentro da
Tchecoslováquia. A cineasta seguiu desafiando a realidade da época e
trabalhando em seu filme seguinte: Fruto do Paraíso (1969).
Em paralelo, ela passou a dirigir comerciais sob o nome de seu marido, Jaroslav
Kučera.
A carreira
de Chytilová prossegue com intensa produção até os anos 2000. Os
filmes adquiriram tom menos audacioso ao longo dos anos, mas sem perder as
características subversivas e elementos de paródia do estilo de vida e cotidiano.
Um exemplo é “Trap, Trap, Little Trap” (1998),
uma sátira ao comportamento misógino das agências de publicidade tchecas,
ao mesmo tempo em que lida com temas densos como estupro e violência. Até o fim
de sua carreira, Chytilová lutou
intensamente para produzir arte dentro de uma sociedade imersa por censura
ferrenha.
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| FRUTO DO PARAÍSO. Foto: Divulgação |
“Vera Chyntilová personificou uma
linguagem cinematográfica única com um estilo que não se apoia em convenções.
Ao invés disso, ela faz uso de manipulações visuais que criam significados
únicos. Rebelde, feminista e crítica da sociedade contemporânea: esses são
alguns adjetivos que descrevem a cineasta”, explica a curadora Rosa Monteiro.
Citando a importância da mostra, ela considera que o cinema de
Vera Chytilová se torna urgente em um momento de busca por
representatividade e por vozes de autoras mulheres que transformaram as
realidades nas quais se encontraram.



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