Depois de 2 anos, São Batuque retoma festival presencial
| Foto: Divulgação |
A 15ª edição conta com artistas do peso de Renata Rosa e Awurê,
além de oficinas, espaço infantil, ato pela Praça dos Orixás, rodas de debate,
exibição de filme e manifestações tradicionais.
Nos dias 14, 16, 18, 19 e 20 de novembro,
durante o mês da Consciência Negra, acontece um dos mais tradicionais encontros
de cultura afro-brasileira no Distrito Federal, o Festival São Batuque 2022. Em sua 15ª edição, traz de volta a versão presencial do evento,
reunindo o público candango com uma extensa programação para celebrar as
matrizes africanas e populares.
Mulheres nos
palcos
A cada ano, o festival
apresenta surpresas em sua grade. Nesta edição, não será diferente. Entre as
várias artistas, uma reunião feminina de peso ocupa os palcos do evento. “As
expectativas são enormes. Tanto a Tamá, minha tia, referência na cidade como
compositora, movimentadora cultural e parte da resistência, como a Emília
Monteiro, outro referente da música popular brasileira, são inspirações para
mim. Participar de um projeto tão importante, com um Boi só de mulheres, é uma
honra”, revela a percussionista Larissa Umaytá, integrante da programação do
festival.
Ocupação de
territórios
Com
realização do Instituto Rosa dos Ventos, fomento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito
Federal (SECEC-DF),
e apoio da Fundação Palmares, o festival investe na diversidade,
característica comum a todas as produções do Circuito Candango de Culturas Populares, do qual faz parte. Não se trata apenas de
um encontro com atrações musicais nacionais e internacionais. São várias
atividades com distintos propósitos, distribuídas por diversos territórios
culturais, para aproximar ainda mais a população de todas as idades de suas
raízes profundas. Entre os espaços, destaca-se a Praça dos Orixás, importante
ponto de cultura, ocupado pela Rosa dos Ventos com um calendário anual: Festas
das Yabás, Festa das Águas e São Batuque.
Programação
variada
Assim,
o São Batuque 2022 tem quatro atividades formativas com inscrições via formulário: Oficina de Ervas com Babá Felipe de Logun Edé, Oficina de Dança Cigana com Grupo Alma Cigana, Oficina Aguaria – Agbelas e
Sereiada – com Gio Paglia e Júnia Cascaes e, por fim, Oficina de percussão com o
artista nigeriano Ìdòwú Akínrúlí.
O
encontro oferece ainda um Bate-papo com Mestras e Mestres das Culturas
Tradicionais de Terreiro, além de uma Roda à Ancestralidade com Yás do Distrito
Federal e a exibição do documentário Terras Diversas.
Haverá
também uma atividade sagrada de celebração: Toque para Exú com o Coletivo de
Yás – um ponto de encontro entre apresentações de artistas, que conta,
inclusive, com o relançamento do disco Exú Monumental de Seu Estrelo. “Laroyê!
Exu é o mediador entre os mundos, quem possibilita o convívio fecundo entre as
diferenças. Ele é o homenageado do São Batuque este ano. Sempre é tempo de
reencantar o mundo. De transformar o grande terreiro Brasil em algo único e
imenso. É tempo de ocupar a Praça dos Orixás com seu poder de cantar o
sagrado”, celebra Renata Rosa, uma das grandes atrações do festival.
Além dessa atividade,
está o Ato pela Praça dos Orixás com Filhos de Axé. E para as crianças, haverá
o Espaço Erê com Contação de História e Roda de Capoeira Infantil com o
Coletivo Marias Chuás. Já para todos os públicos, apresentações artísticas
locais como Sambadeiras de Roda (grupo composto somente por mulheres), Filhos de Dona Maria, Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, bem como nacionais: Renata Rosa convidando a Josy Caldas e Ogãn Helder Amendoim.
Mês da
Consciência Negra
E
para fazer jus a um dos meses mais importantes do calendário anual, o festival
São Batuque dedicou a programação do dia 20 de novembro especialmente ao Mês da
Consciência Negra com artistas do DF – Bumba Maria Meu Boi com participação de Larissa Umaytá e Emília Monteiro; Zenga Baque Angola; Samba Candango de Breno Alves convidando Mestra Martinha, Mestre Gilvan, Mestra Tamá e Teresa Lopes – e, diretamente do Rio de Janeiro, a
atração nacional Awurê.
Além
disso, a população presente também poderá desfrutar das tradicionais Feira de
Artesanato e Feira Gastronômica.
“É a primeira do Awurê no
DF e para nós é muito importante estar na Praça dos Orixás, falando de Exú.
Estamos levando nosso show Encruzilhadas, que fala de Exú e quebra esse mito de
associá-lo ao demônio. Então, mostramos quem é esse Orixá tão próximo da existência
humana, convocando o povo de Axé a estar na praça conosco”, relata Fabíola
Machado, integrante do grupo.
Chamada para
Agentes Culturais
Em
paralelo ao festival presencial, a Rosa dos Ventos aproveita a oportunidade
para realizar um importante chamado à comunidade de agentes culturais e a
prestadores de serviço do mercado criativo do Distrito Federal. O instituto
convoca, especialmente aquela faixa que tem afinidade com manifestações de
matrizes afro-brasileiras, a inscrever-se e incluir seus portfólios no formulário disponível em sua página.
A proposta
visa evidenciar uma rede de agentes, prestadores, artistas e grupos que
contribuem para o cenário cultural do DF e do mundo. A ideia é que seus
trabalhos e contatos sejam facilmente encontrados pela plataforma, propiciando
suas contratações por qualquer entidade interessada.
Tradições na
tela grande
Além
dessa infinidade de atrações e serviços, haverá a exibição do documentário
Terras Diversas. Com direção de Stéffanie Oliveira, presidente da Rosa dos
Ventos, a produção audiovisual, em 39 minutos, documenta relatos de mestras e
mestres de distintas manifestações populares brasilienses, a respeito de terra,
tradição e cultura. Seu Estrelo, Bumba Maria Meu Boi, Boi de Seu Teodoro, Ilê
Axé Oyá Bagan, Martinha do Coco, Gabi Guedes, Mestre Manoelzinho, entre outros,
estão presentes na obra.
“Muitas
candangas e candangos trouxeram em suas matulas a arte e a cultura de onde
vieram para fundar essa Terra Diversa que é Brasília. Todos esses chãos do
Brasil juntaram-se para formar as tradições populares daqui. Com isso, sagrado
e profano, de mãos dadas, formaram territórios culturais nesse Cerrado
maravilhoso. E, sem nunca parar de construir cidades dentro da cidade, seus
mestres e mestras, seguem lutando para manter seu terreiro produtor de cultura.
Isso é um pouco do que encontramos nesse documentário gestado e parido a muitas
mãos, como Brasília”, explica Stéffanie
Serviço:
Festival São Batuque 2022.
Redes Sociais: https://www.instagram.com/
e
https://www.instagram.com/
Programação:
Segunda – 14/11 – Abertura Laroyê!
·
19h – Oficina de Ervas com Babá Felipe de Logun
Edé.
Local:
Terreiro Ilê Asè Ofà Wurà – Quadra 14, casa 40, Etapa E, Valparaíso de Goiás-GO.
Quarta – 16/11
·
19h – Oficina de Dança Cigana com Grupo Alma
Cigana.
Local:
Templo Rosa Branca de Yá Cícera de Oxum – QR 523 Conjunto 03 Casa 08 -
Samambaia Sul, Brasília - DF.
Sexta – 18/11 – Lançamento do Documentário Terras Diversas
·
18h – Roda à Ancestralidade com Yás do DF.
·
18h20 – Bate-papo com Mestres e Mestras das
culturas tradicionais de terreiro.
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19h – Exibição do Filme Terras Diversas.
·
20h – Coffee Break.
Local:
Espaço Cultural Renato Russo – 508 Sul.
Sábado 19 de novembro
·
10h – Atividade
sagrada: Toque para Exu com o Coletivo de Yás (DF)
·
11h – Ato pela praça
dos Orixás com Filhos de Terreiro (DF)
·
16h – Oficina de
percussão Ìdòwú Akínrúlí (NG)
·
16h – Espaço Erê -
Contação de História com o Coletivo Marias Chuás (DF)
·
17h – Roda de
Capoeira Infantil (DF)
·
18h – Bumba Maria Meu
Boi com participação de Larissa Umaytá e Emília Monteiro (DF)
·
20h – Filhos de Dona
Maria (DF)
·
21h – Seu Estrelo (DF)
·
22h – Renata Rosa
convida Josy Caldas e Ogãn Helder Amendoin (PE)
Domingo 20 de novembro
·
16h – Oficina Aguaria
- Agbelas e Sereiada (DF)
·
16h – Espaço Erê -
Contação de História com o Coletivo Marias Chuás (DF)
·
17h – Roda de
Coco Infantil com Mestra Martinha (DF)
·
18h – Sambadeiras de
Roda (DF)
·
19h – Zenga Baque
Angola (DF)
·
20h – Samba Candango -
Breno Alves convida: Mestra Martinha, Mestre Gilvan e Mestra Tamá, Teresa Lopes
(DF).
· 21h – Awurê (RJ)
*Durante
todo o festival haverá Feira Gastronômica e Feira de Artesanato.
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