Tomie Ohtake em cartaz na Caixa Cultural Brasília
| Foto: Divulgação |
Entre gravuras, pinturas e
surpreendentes esculturas, mostra Cor e Corpo conta a história da artista em 48
obras
A Caixa Cultural Brasília apresenta a exposição Tomie Ohtake: Cor e
Corpo, que traz para capital federal 40 gravuras, cinco pinturas e três
esculturas da artista que é uma das grandes referências da arte abstrata
brasileira. A mostra traça a história de Tomie, que produziu continuamente por
mais de 60 anos e viveu 101 anos. A exposição estará em cartaz de 10 de janeiro
a 04 de março na Caixa Cultural (Setor Bancário Sul, QD. 04). E vocês não podem
perder.
E tem mais, a artista japonesa naturalizada brasileira chegou ao país
aos 23 anos e iniciou sua carreira quase aos 40. Tomie Ohtake (1913-2015)
recebeu 28 prêmios, participou de 20 bienais internacionais e mais 120
exposições individuais ao redor do mundo.
De acordo com os curadores Carolina De Angelis e Paulo Miyada, os interesses
pictóricos de Tomie Ohtake foram constantemente renovados ao longo de sua
trajetória profissional. Embora suas obras sejam associadas ao informalismo por
alguns, suas formas destacam-se por remeterem a elementos da natureza e a
volumes que se assemelham a movimentos vivos. Desde as primeiras décadas, na
sua produção abstrata, Tomie Ohtake impõe tremores, desvios e abaulamentos às
formas geométricas, traçando contornos e silhuetas, evitando a rigidez. Outra
característica é o uso das cores.
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| Foto: Divulgação |
Dentre as 40 gravuras – serigrafias, litografias e gravura em metal – é
possível perceber mudanças sucessivas com o passar das décadas de produção de
Tomie Ohtake. Há desde as mais antigas, em que o gesto da artista transparece
nos contornos irregulares que traduzem os atos de rasgar papeis deixando
rebarbas (como ela fazia em seus esboços); passando por aquelas que testam a
combinação de cores ousadas, como se Tomie utilizasse tudo o que está à mão
para reproduzir em série texturas antes possíveis apenas nas pinturas; chegando
até aquelas em que há uma delicadeza programada do ato, linhas finas que se
cruzam, que se sobrepõem e que se encontram sob (ou sobre) uma superfície
aquosa.
As cinco pinturas enfatizam as analogias corpóreas e orgânicas. Feitas
com procedimentos, cores e gestualidades diferentes, elas compartilham um apelo
sensual ao olhar. Como conjunto, podem remeter a diferentes estágios de
fecundação, multiplicação, nascimento e crescimento.
Arte que fala
Em Brasília e em vários cantos do país é fácil identificar as marcas,
texturas e traços deixados por Tomie Ohtake. A exemplo, uma escultura em aço
localizada na frente do hotel Royal Tulip Brasília Alvorada. Há, também, um
painel que cobre a parede externa do edifício Number One. Em São Paulo, a
Avenida Paulista é recheada de seus trabalhos. A artista conta com 27 obras públicas
em esculturas a larga escala pelo Brasil, 28 prêmios pelo mundo, participação
em 20 bienais internacionais e 120 exposições individuais.
Seu trabalho não se resume apenas a esculturas. Ela trabalhou com
gravuras em metal, serigrafia, litogravura e pintura. Volume, movimento,
delicadeza, uso de paletas de cores ousadas. O vermelho é um dos tons que se
sobressai. Todos estes elementos dão sentido de multiplicidade para o
abstracionismo de Ohtake. Na exposição que chega a Brasília, será
possível acompanhar toda esta versatilidade da artista ao longo dos anos.
| Foto: Divulgação |
Tomie Ohtake
Ela nasceu em Kyoto, no Japão, dia 21 de novembro de 1913, onde fez seus
estudos. Em 1936 chegou ao Brasil para visitar um de seus cinco irmãos.
Impedida de voltar, devido ao início da Guerra do Pacífico, acabou ficando no
país. Casou-se, criou seus dois filhos, e com quase 40 anos começou a pintar
incentivada pelo artista japonês Keiya Sugano.
A carreira atingiu plena efervescência a partir dos seus 50 anos, quando
realizou mostras individuais e conquistou prêmios na maioria dos salões
brasileiros.
Além da pintura, da gravura e da escultura, marcam sua produção as
mais de 30 obras públicas desenhadas na paisagem de várias cidades
brasileiras. Sobre o seu trabalho foram publicados dois livros, 20
catálogos e oito filmes/vídeos, entre os quais o realizado pelo cineasta Walter
Salles Jr. Em São Paulo, dá nome a um vibrante centro cultural, o Instituto
Tomie Ohtake.
Dos 100 aos 101 anos concebeu cerca de 30 pinturas. Até a sua morte em
fevereiro de 2015, aos 101 anos, seguiu trabalhando.
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| Foto: Divulgação |
Então para quem ama arte, não pode deixar de ir na exposição na Caixa
Cultural. Mais informações: (61) 3206-9448 ou (61) 4101-1828 – Baú Comunicação.
O quê: Artes Visuais: Tomie Ohtake: Cor e Corpo;
Quando: Abertura: 09 de janeiro (terça-feira), às 19h. Visitação: 10 de
janeiro a 04 de março de 2018. De terça a domingo, das 9h às 21h;
Onde: Caixa Cultural Brasília – Galeria Principal - (Setor Bancário Sul,
QD 04);
Entrada franca.


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