Quem é João Carlos Corrêa?
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| Foto: Divulgação |
De um menino humilde no
Rio de Janeiro a coordenador da Funarte em Brasília, esse é o João Carlos Corrêa,
que vem conquistando seu espaço na Capital. Depois de uma brilhante carreira
como bancário, servidor público no Senado Federal. Ele não parou, praticou vários
esportes e sofreu uma lesão, no entanto buscou na dança uma forma de se
recuperar, foi onde se apaixonou pela atividade. Resolveu ser professor de dança,
e por isso sempre esteve envolvido com a cultura.
Atualmente, ele é
conhecido como produtor, incentivador cultural e artista da cidade. Ele já
participou de vários movimentos por políticas públicas voltadas à dança, como é
caso do "Mexa-se! Brasília tem Dança!". Depois de passar anos no
Senado, ele abriu mão do cargo de chefe de gabinete para assumir a Funarte,
onde está desde março promovendo vários projetos voltados à qualidade de vida, à
democratização do espaço, à inclusão de pessoas com deficiência e ao fomento a
projetos culturais diversos.
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| Foto: Divulgação |
Esse é o João. No momento,
ele prepara um projeto chamado “Funarte contra a homofobia”. Ainda tem o Buraco
do Jazz e outros eventos que são promovidos na Funarte. Ele não para, e para
vocês conhecerem um pouco mais da sua trajetória, Ela Fala Dos Bastidores o
entrevista.
• Boa tarde, João Carlos!
Como você vê a influência da sua educação na infância no homem que se tornou
hoje? Acredita que o fato de ter passado dificuldades fez com que tomasse a
decisão de vim a Brasília e iniciar uma carreira pública?
RESPOSTA: O homem que sou hoje é resultado direto da educação que
tive, tanto do exemplo dos meus pais (ele trabalhador incansável, ela dona de
casa amorosa e prestativa), além de uma escola pública de qualidade. Lavar
banheiro na escola para comprar meus próprios livros ou fazer carreto na feira era
atividades comuns, das condições que tinha. Tive a oportunidade de um emprego
no aeroporto do Rio de Janeiro como contínuo, onde fui incentivado a continuar
estudando e a procurar novas oportunidades, que vieram em forma de um concurso
para o Banco do Brasil em Brasília. Os novos desafios nunca foram uma fuga das
situações anteriores, pelo contrário, eram consequência.
• Você se apaixonou pela
dança. Como isso te influenciou a trabalhar com projetos culturais?
RESPOSTA: A dança transformou minha realidade, em um momento em que
achei que não teria mais como prosseguir minha caminhada. Eu lutava taekwondo,
gostava muito e queria me profissionalizar. O sonho era disputar os Jogos Olímpicos
representando o meu país, mas acabei me lesionando, quando encontrei na dança
uma forma de recuperação, de terapia e, na sequência, um meio para trabalhar.
Daí, os projetos surgiram naturalmente como forma de devolver à sociedade um
pouco do muito que a dança me proporcionou.
• Imaginou algum dia que
trabalharia com Cultura?
RESPOSTA: Sempre fui um apaixonado pelos processos culturais, mas
sempre estiveram muito distante de minha realidade. Era coisa de televisão e
cinema e não do mundo real. Onde eu morava e trabalhava quando jovem não havia
acesso mínimo às artes. Dificilmente poderia me imaginar em um processo ao qual
eu não tinha acesso. Foi quando descobri a oportunidade de virar atleta. E,
como disse antes, a dança veio na sequência. Voltas que o mundo dá...
• Quais foram as maiores
influências no mundo artístico para você?
REPOSTA: Vieram da dança, de meus professores e parceiros ao longo
da minha vida. A elegância de Marcelo Amorim, a altivez de Neuza Abbes, o
glamour de Pablo Veron. Mas talvez o maior aprendizado tenha vindo dos próprios
alunos, que cresceram nas artes e se tornaram mestres. No teatro, a maior referência
encontro na atriz e diretora Luciana Martuchelli.
• Em relação aos eventos
culturais em Brasília, qual seu ponto de vista? O que precisa melhorar? O que
melhorou? E o que podemos esperar para o futuro cultural da cidade?
RESPOSTA: Não vejo faltarem eventos, mas percebo um desvio de
percepção no apoio que recebem. Eventos financiados com dinheiro público
deveriam ser gratuitos ou com custo muito baixo. O que vejo são grandes eventos
patrocinados por emendas parlamentos e leis de renúncia fiscal, mas cujo acesso
é limitado às classes financeiramente confortáveis. No futuro, espero mais
palcos e cada vez mais incentivo para que sejam franqueada a toda comunidade,
mas isso depende dos rumos que a política local tomar.
• Tem alguma recordação
saudosa de alguma época da carreira?
RESPOSTA: Tenho saudades deliciosas de cada dança que me permito
revisitar. Os momentos em que atuei artisticamente representando o Brasil em
vitrinas culturais da Embratur (Instituto Brasileiro do Turismo), fora do país,
para mim, foram os mais emblemáticos. Passamos por Peru, Colômbia, Chile,
Uruguai, Alemanha, Espanha, Itália e Portugal com o grupo Brasilidade. Assim,
levávamos o ritmo brasileiro para o exterior.
• Qual crítica
(relacionado ao seu trabalho atual) não desceu de jeito nenhum? Por quê?
RESPOSTA: Estou há quatro meses à frente da Funarte Brasília e
ainda não houve esse momento de uma crítica venenosa. Por lidar com a arte, e
com os artistas da cidade há décadas, o diálogo tem sido aberto e colaborativo.
Tenho mantido a escuta aberta aos anseios de produtores, artistas e comunidade.
• Atualmente como
coordenador da Funarte quais os projetos além da “Funarte contra a homofobia”
realiza?
RESPOSTA: O “Funarte contra a homofobia” ainda é embrionário e
carece de um diálogo mais amplo, inclusive com a comunidade LGBTS, que utiliza
o termo LGBTFOBIA em suas discussões. Após um amadurecimento dessas questões e
a definição de onde poderemos atuar de forma definitiva e participativa,
submeteremos a proposta à presidência da Funarte para aprovação. A ideia é
somarmos forças ao movimento que se pretende encampar em todo o Ministério da
Cultura (MinC). Fora isso, temos trabalhado temas como sustentabilidade, tais
como uma oficina para reciclar paletes e pneus, para confecção de móveis
destinados aos camarins dos artistas no Complexo Cultural Funarte; e projetos
de apoio à diversidade, como o Top CUFA e o Brasília Curly Hair, de
empoderamento da mulher negra. Sem falar das nossas ações finalísticas, que são
de fomento projetos culturais nas áreas de circo, artes visuais, dança,
literatura, música, teatro, entre outros.
• João Carlos por João
Carlos.
RESPOSTA: Um apaixonado pela cidade, agradecido pela vida e pela
minha família (tenho três filhas) e com vocação para cuidar das pessoas. Sou um
servidor público no sentido estrito da palavra, que valoriza cada oportunidade
para crescer e seguir adiante.
CONTATOS:
Fundação Nacional das
Artes em Brasília
Telefone: (61) 3322-2032
(Débora ou João)
Assessoria: (61)
98167-3645 (Rafael)
Segue a página do facebook com um
pouco da trajetória de João Carlos Corrêa:


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