Centro Cultural Banco do Brasil Brasília apresenta a primeira grande retrospectiva de Luiz Zerbini, artista referência da arte contemporânea brasileira Paisagens Ruminadas
![]() |
| Foto: Pat Kilgore |
De 17 de setembro a 10 de novembro de 2024
"Para pintar, é preciso estar em pé no
campo, pisando o capim com o olhar vago,
fixo no horizonte, e triturar
involuntariamente paisagens, sonhos e memórias."
Luiz Zerbini
Numa reflexão sobre seu processo de
criação, Luiz Zerbini afirma que "viver é ruminar
paisagens". Com este mote, o Centro
Cultural Banco do Brasil Brasília apresenta a primeira grande retrospectiva do
artista, um dos principais expoentes da Geração 80 da arte brasileira.
Intitulada Paisagens Ruminadas, a exposição, que tem
curadoria de Clarissa Diniz, acontece de 17 de setembro a 10 de
novembro de 2024, nas galerias 2, 3 e 5 do CCBB Brasília. A mostra é um
convite para apreciar e refletir sobre os quase 50 anos de trajetória de Luiz
Zerbini, cuja obra multifacetada e inovadora marca profundamente o cenário
artístico nacional e internacional.
Paisagens Ruminadas foi apresentada, com grande sucesso, no CCBB Rio de
Janeiro, entre 19 de junho e 2 de setembro de 2024. O patrocínio é do Banco do
Brasil, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Nesta retrospectiva, o público terá
oportunidade de mergulhar no universo peculiar e instigante do artista e
imergir no processo criativo de Zerbini, que descreve sua arte como uma jornada
de ruminação, em que paisagens, sonhos e memórias são triturados e reconfigurados
de forma involuntária. Com cerca de 140 obras - incluindo telas nunca exibidas
antes e uma instalação criada especialmente para o CCBB -, divididas em cinco
núcleos temáticos, a exposição conduz os visitantes por uma viagem visual que
perpassa as constantes reelaborações paisagísticas do artista ao longo de sua
carreira.
A mostra destaca a centralidade da paisagem na
prática artística de Zerbini, que transcende os limites da pintura para se
manifestar em múltiplas linguagens e experimentações. Sua produção artística
revela-se como um verdadeiro mosaico de formas, cores, padrões e narrativas,
refletindo não apenas a visão do artista, mas também sua inquietude e
sensibilidade diante do mundo.
“Paisagens Ruminadas percorre alguns
dos caminhos da voluptuosa e fascinante paisagística de Luiz Zerbini. Ao reunir
obras de várias décadas e apresentar esculturas, objetos, monotipias,
instalações e vídeos, a exposição matiza o já conhecido protagonismo de sua
pintura, convidando os visitantes a observarem como a ruminação tem
sido o principal método de criação desse artista que desde cedo vem mastigando,
digerindo, regurgitando e novamente devorando suas próprias referências,
signos, composições, perspectivas, narrativas, formas, cores, padronagens, imagens”,
comenta Clarissa Diniz.
A obra de Zerbini é um convite à reflexão
sobre a natureza da arte e sua relação intrínseca com a vida. Além de sua
proeminência como pintor, ele destaca-se como um artista multimídia, cuja
produção multifacetada explora os limites entre as artes visuais, a música e o
cinema. Há quase 30 anos, a serem completados em 2025, Zerbini participa do
coletivo sonoro Chelpa Ferro, criado junto com os artistas Barrão e Sergio
Mekler, que produz obras como objetos,
instalações, performances, além de shows e CDs.
A exposição
As cerca de 140 obras em vários suportes
(pintura, escultura, instalação, vídeo) da exposição dividem-se em cinco
núcleos:
· “viver
é ruminar paisagens”
Este núcleo tem a intenção de afirmar a
centralidade da paisagem para a prática artística de Luiz Zerbini. Sua
paisagística não se restringe à pintura ou a linguagens específicas, mas
constitui um método e criação e de experimentação que, tanto na arte quanto na
vida, tem atravessado seus quase 50 anos de trabalho. Um dos destaques
deste núcleo é a obra de dimensões monumentais (250 x 394 cm) “High Definition”
(2009), que marca o retorno de Zerbini às pinturas figurativas depois de alguns
anos dedicados ao trabalho com o grupo Chelpa Ferro.
· “o lugar
de existência de cada coisa”
Reúne obras que apresentam algumas das
estratégias de Zerbini para forjar os "lugares de existência" de sua
obra, combinando as tradições naturalistas da representação da paisagem com o
interesse pela fabulação, pela memória, pela alegorização, pelo onírico, pelo
poético. Neste núcleo, são apresentados objetos que estão presentes nas
pinturas, explorando a ideia de “o lugar de existência de cada coisa”, também
no espaço expositivo, como em “Mesa Mar” (2017).
O núcleo também aponta para a sensação de
vertigem que emerge quando as coisas parecem fora de seus lugares de
existência, transformadas em espectros ou fragmentos de si mesmas. Emerge, daí,
também uma reflexão sobre a morte e o luto.
· “da
natureza alegórica da paisagem: Massacre de Haximu e Primeira
Missa"
Na última década, a ruminação que caracteriza
a alegórica paisagística de Luiz Zerbini revelou sua vocação histórica, dando
luz a pinturas que releem o Brasil e suas representações artístico-políticas.
Nessa direção, o artista tem combinado signos e personagens em grandes
paisagens alegóricas que revisitam a historicidade para, através da fabulação
crítica, refazer leituras históricas e avivar memórias de resistência e
insurgência. Desse exercício têm emergido obras que confrontam iconograficamente
as narrativas oficiais do país, as quais comumente apagam as memórias da
violência social que caracteriza a constituição colonial da nação. O
terceiro núcleo da exposição destaca duas dessas obras – "Massacre de
Haximu" (2020) e "Primeira Missa" (2014) –, navegando por entre
sua alegorização para nelas revelar as ruminações histórico-artísticas de
Zerbini.
· “eu paisagem”
A paisagística de Luiz Zerbini não alimenta a cartesiana
separação entre o eu e o outro, a natureza e a cultura, o ponto de vista e o
ponto de fuga. O quarto núcleo da mostra apresenta obras que, assim como
"eu paisagem" (1998), exploram as implicações entre 'retratado e
retratante' ou 'o sujeito e a cena', reconhecendo que a subjetivação é inerente
aos territórios, aos objetos, às plantas, ao acaso, ao vazio, etc.
Como "Paisagem inútil" (2020), este núcleo também
ambienta obras que investigam os esquemas formais e ontológicos de estruturas
gráficas não-ocidentais que, como os kenes Huni Kuin ou os tecidos com o Batik da
Indonésia, elaboram estéticas vinculadas a cosmovisões que concebem o mundo sem
a separação cartesiana da qual, na Europa de séculos atrás, emergiu a ideia de
"paisagem".
· “não é só sobre o que se vê”
Como escreve num poema do livro “Rasura”, para Zerbini, uma
obra visual "não é só sobre o que se está vendo", mas é também sobre
"o que se pensa quando se está sentindo o que se está ouvindo quando se
está vendo". O último núcleo da exposição traz obras cuja inscrição
paisagística se estende para além das referências visuais, acionando leituras
sonoras, espaciais, rítmicas ou vibráteis. Em “Miragem” (2004), composta
num momento em que Zerbini vinha trabalhando intensamente junto ao Chelpa
Ferro, é possível ver como o artista articula alguns de seus principais
interesses da época: a paisagem, a geometria e a sonoridade/musicalidade.
LUIZ ZERBINI - Paisagens Ruminadas
De 17 de setembro a 10 de
novembro de 2024
Galerias 02, 03 e 05
De terça a domingo, das 9h às 21h
Classificação indicativa: livre
Entrada gratuita, mediante ingresso disponível
no site bb.com.br/cultura ou na bilheteria
física do CCBB
Centro
Cultural Banco do Brasil Brasília
SCES, Trecho 2, Lote 22 – Edif. Presidente
Tancredo Neves
Setor de Clubes Espacial Sul – Brasília – DF
Contato: (61) 3108 7600| ccbbdf@bb.com.br
Informações:
Fone: (61) 3108-7600
E-mail: ccbbdf@bb.com.br
Site/ bb.com.br/cultura
Facebook/
@ccbb.brasilia
Instagram/
@ccbbbrasilia
YouTube/ bancodobrasil
TikTok/@ccbbcultura

Comentários
Postar um comentário