A imaterialidade da arte nas linguagens da periferia
![]() |
| Foto: Divulgação |
Equidade de
gênero, raça e identidade em Sarau onde a cultura periférica, com a potência da
coletividade, ganha força na composição de músicas, redação de poesia marginal,
lançamentos literários, concepção de cenário e
é amplificada em registros audiovisuais
Idealizado pelo músico, rapper,
poeta e slammer Mano Dáblio em 2020, o Sarau
Imaterial chega à sua segunda edição com realização entre os dias 24
de setembro e 7 de outubro. Vencedor do Prêmio Profissionais da Música na
categoria Rap/Hip Hop em 2021, para Mano, que também assina a curadoria e
coordenação do projeto, a imaterialidade da arte é o que faz as vozes da
periferia seguirem ecoando.
“Sei das barreiras que gente
igual a mim, pessoa preta, periférica e PCD, passou e passa nessa sociedade de estrutura
que nos apaga e quer eliminar”, dispara o artista, que contesta: “diante desse
movimento pelo nosso fim e independente de quem o queira, não morreremos, vamos
seguir fazendo arte pois as nossas obras ficam”, avisa.
O line-up do Sarau
Imaterial privilegia a presença feminina, preta, PCD e LGBTQIAPN+,
essencialmente periférica, e que trabalha a inclusão, a acessibilidade e o
protagonismo de grupos ditos marginalizados ampliando percepções sobre
comunidades vulneráveis. “Nesse sentido, o Sarau Imaterial é um projeto
pioneiro que desconstrói o modelo existente dando espaço a uma nova projeção de
Rap e Poesia mais diversa e igualitária”, ressalta o curador. O Sarau conta com
recursos do Ministério da Cultura e foi contemplado no edital da Lei Paulo Gustavo.
A programação envolve palestra
sobre acessibilidade, no dia 24/9 e em formato virtual, a realização de sarau
presencial, que pela diversidade de atrações e vertentes da cultura periférica
ganha contornos de Festival, no dia 28/9 (sábado), na Casa de Cultura do Guará
II, a partir das 17h30 e de graça. E encerra com show do Mano Dáblio para
alunos de Escola Pública de Ceilândia no dia 7/10.
Para o evento do dia 28, se
apresentam artistas cujos trabalhos são autorais e manifestam o cotidiano das
periferias por meio da Poesia Marginal Falada de Slam, do Rap e do Hip Hop.
Quando também acontecem os lançamentos literários dos títulos Galgardae, de
A.S.Barreira, e Phatos Poéticos, coletânea com textos assinados por 35 poetas,
ambos com as presenças de autores.
Entre as atrações do Sarau estão: Aqualtune,
dona de uma voz que ecoa narrativas em Rap e tece histórias da cultura negra e
da diversidade; Haynna,
pesquisadora de novas sonoridades em conexão com a música preta contemporânea; Ryck,
cantautor que incorpora influências afro-brasileiras a sonoridades
contemporâneas e eletrônicas; DJ
Ketlen, responsável por sets de bass line intenso
influenciada pela música preta nacional e internacional; e Saraní,
cantautora que passeia por várias vertentes da música brasileira e se afirma
afroindígena brasileira, latina e afrocontemporânea.
A Poética Musical Periférica em
formato de cyphers (quando concebida coletivamente) das e dos
artistas desta edição do Sarau Imaterial vem sendo registrada em videoclipes,
que serão exibidos no dia 28/9, durante o Sarau, e futuramente disponibilizados
nas redes do projeto e de seus criadores. A edição final dos clipes traz Libras
como parte da criação artística, não apenas como ação de acessibilidade.
Serviço:
II Sarau Imaterial
Agenda:
Palestra sobre Acessibilidade: dia
24/9 (terça-feira), em formato virtual.
(link para inscrição: https://bit.ly/
Sarau Imaterial: dia 28/9 (sábado),
na Casa de Cultura do Guará, presencial e a partir das 17h30. A produção
convida o público a levar cangas, coolers com bebidas e o que for comer. Não
será permitida a entrada com copos ou garrafas de vidro, nem qualquer objeto
cortante. Classificação indicativa: livre para todos os públicos. Entrada
franca. O evento contará com tradução para Libras e audiodescrição.
Show
Mano Dáblio: dia 7/10 (quarta-feira), para comunidade de Escola da
Rede Pública de Ensino, em Ceilândia.
Mais informações: https://www.instagram.com/

Comentários
Postar um comentário