Memória de Árvore
![]() |
| Foto: Luciano Porto |
Um resgate de lembranças marcantes da infância em conexão com a natureza
Em um cenário
minimalista, Katiane Negrão conduz a plateia por cenas poéticas que seguem uma
narrativa - o vínculo humano com o meio ambiente. A ideia do espetáculo nasceu
de uma memória sensorial da atriz, quando tinha cinco anos de idade e presente
até os dias atuais. A montagem e temporada de estreia contam com fomento do FAC
- Fundo de Apoio à Cultura do DF.
“Estava
passeando com a família em um parque. Ao me recostar em uma grande árvore senti
a sua presença vigorosa, que ficou registrada em minha mente, no meu corpo.
Memória que trago comigo até hoje e me ajuda a estar de pé em momentos
complicados”, rememora Katiane.
A dramaturgia
da peça traz a ligação de uma humana com uma planta, que cresce sem hierarquia,
sem domínio e em simbiose com o meio. Durante o espetáculo, há momentos em que
a atriz se relaciona com a planta, em outro, uma planta se transforma em árvore
para abrigar uma personagem criada pelas mãos da atriz, esta mesma planta,
depois, vira uma grande árvore com o recurso do teatro de sombras.
Apesar do
recorte etário do espetáculo, destinado à primeira infância,
a investigação cênica envolve adultas e adultos que as
acompanham. Memória de Árvore tem, nesse sentido, a intenção
de ativar nos adultos lembranças de infância, em que a natureza ficou marcada
em seus corpos, e de inspirar a construírem memórias afetivas com suas
crianças. Além de estimular que, nos momentos de encontro com a natureza, se
permitam à pausa, à escuta e à percepção da presença por meio de sons e
movimentos.
Durante o
processo de construção do espetáculo, que estreia dia 15 de outubro no Teatro
SESC Garagem (913 Sul), e depois segue para o Espaço Cultural
Renato Russo (508 Sul), foram realizadas oficinas no Centro de Ensino
Especial para Deficientes Visuais. O convívio no CEEDV estimulou uma criação
acessível a crianças cegas. Para que tivessem uma experiência própria, por meio
de estímulos e da voz. “Foi um processo de grande aprendizado para todas nós da
equipe que pudemos nos relacionar com crianças e adultos cegos”, comenta
Negrão.
Memória de
Árvore é um projeto formado por um forte elenco de mulheres ocupando
as principais funções de criação como Rita de Almeida Castro, na direção, com
sua linha investigativa em dramaturgias dos sentidos; a educação somática de
Rossana Alves, na preparação de movimento; Júlia Ferrari, autora da trilha
sonora original; a figurinista Larissa Miyashiro, que desenvolve estamparia
botânica; e, claro, Katiane Negrão, atriz com 20 anos de trabalhos dedicados à
investigação em dramaturgia física no teatro de animação.
A presença
feminina também está no espetáculo com a iluminadora Manu Maia, a
audiodescritora Lúcia Corrêa, a intérprete de Libras Tatiana Elizabeth e Santa
Surda, artista surda que fará os vídeos de divulgação para a comunidade surda.
O desafio em
criar o cenário minimalista coube a Luciano Porto, reconhecido artista por seu
trabalho no Circo Teatro Udigrudi. Na materialidade da cena, estão elementos
naturais como plantas, pedras, folhas e pequenos objetos derivados destes
elementos. Matheus Ferrari, irmão de Júlia, participa das gravações e arranjos.
Duas relevantes contribuições vieram de Dico Ferreira, com sua consultoria em
dramaturgia física no teatro de animação, e de Susana Prado, com pesquisa
ecossomática.
Serviço:
Memória de
Árvore
SESC Garagem
da 913 Sul
Estreia: 15
de outubro, domingo, às 18h (sessão com intérprete de Libras)
https://www.sympla.com.br/
Sala Multiuso
do Espaço Cultural Renato Russo, na 508 Sul
Dia: 20 de
outubro, sexta-feira, às 10h30 e às 15h (sessões para crianças do Jardim de
Infância da 308 Sul)
Dia: 21 de
outubro, sábado, às 9h, às 11h e às 16h (sessões com audiodescrição)
Dia: 22 de
outubro, domingo, às 9h e às 11h
https://www.sympla.com.br/
Classificação
indicativa: livre para todos os públicos
Ingresso: R$
15 (inteira), pelo Sympla, link na bio de @grupopsoas no Instagram
Entrada
franca para deficientes visuais e acompanhantes
O projeto
conta com fomento do FAC - Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal, para
sua realização
.jpg)
Comentários
Postar um comentário