Vulnerabilidade emocional X Admiração é o oxigênio de um relacionamento próspero
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| Foto: David Pena |
Um dia desses eu li em um
post “O amor não é encontrar uma pessoa perfeita. É vê uma pessoa imperfeita na
perfeição”. É aquele famoso sentimento que tem se confundindo muito, “O AMOR”.
Quando se ama muitas vezes deixamos nossas vontades, o nosso próprio querer um
pouco de lado, principalmente quando se tem alguém especial ao nosso lado.
Porém alguns anos percebemos o
medo das pessoas de amar, se entregar, dividir, largar mão de certa rotina pra
viver algo diferente que faça aquela pessoa ao lado feliz. Na verdade, algumas
pessoas estão optando pelo egoísmo e deixando de lado o amor. Preferem viver
momentos, sem compromissos. E aquele sentimento que pode ser tornar amor,
alguns preferem pular fura e usar o famoso jargão “cada um é responsável pelas expectativas que cria”, “foi você que
colocou expectativa, desde o princípio eu disse que éramos apenas bons amigos
que se curtem”, e assim por diante.
Tenho lido
muitos livros de psicologia, conversado com muitas pessoas, participado de
grupos pra entender melhor esse medo de amar, de se abrir, de tentar, de
amadurecer um sentimento que pode fazer bem ao invés do mal. Afinal, o amor é
sempre sublime e delicioso de viver e tentar. Semana passada fui convidada para
participar de uma roda de conversa, onde tinha homens e mulheres de todas as
idades. Achei ótimo o convite para buscar fragmentos para os meus textos.
Um dos assuntos
na roda foi o fato de aproveitarem da vulnerabilidade emocional de outras
pessoas e se aproximarem, fazerem promessas, terem comportamentos como se fosse
bem-intencionado, tirarem proveito consciente ou inconsciente, e depois se
revelarem da pior maneira possível ou simplesmente desaparecerem. E se a vítima
esboça o descontentamento dela, acaba ouvindo: “foi você quem criou
expectativas, não sou responsável pelo o que você sente”. Horrível, não é? Mas
é um fato, e vejo isso acontecer o tempo todo. E neste caso ficam nítidos que
pessoas com tal comportamento, são as que mais precisam de ajuda, seja em
terapia, espiritual, e outros métodos. Porém, muitos acham que não precisam de
ajuda e certo são eles por ferirem e magoarem tanta gente.
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| Foto: David Pena |
Veja bem, não
estamos falando aqui de colocar na parede, pedir em casamento e contar
carneirinhos. E sim, em viver, pois amar também é saber viver, tentar ser feliz
e parar de ter medo. Fiquei tão curiosa com a sessão que eu pedi que eles me
dissessem alguns dos motivos em dizer NÃO para alguém ao invés de dizer, vamos
lá; vamos tentar; afinal, já nos conhecemos; na cama dá certo; a conversa flui;
já conheço seus defeitos.
Ouvi de várias
pessoas, e vou escrever algumas frases ditas por elas:
“Eu tenho
medo da rejeição, então prefiro cair fora antes que terminem comigo, 23 anos”.
“Não
sei se consigo largar mão da minha rotina pra viver a vida de outra pessoa,
quando vejo que está ficando sério, dou mil desculpas, 45 anos”.
“Eu até me
apaixono, mas quando vejo que a outra pessoa também está apaixonada, caio fora,
antes que complique tudo, não tive uma família estruturada, então acho que
todos os homens farão como meu pai fez”, 55 anos.
“Eu até
início alguma coisa, gosto, trato bem, sou gentil, sou um amigo pra pessoa, mas
quando vejo que está ficando sério ou se declaram pra mim, eu travo. Travo
porque tenho medo da pessoa não aceitar minha doença crônica e terminar comigo
no auge do amor. Então, prefiro sofrer naquele momento e jogar todo sentimento
de expectativa nela do que em mim”, 32 anos.”
“Sou homem,
gosto de homens, mas alguns anos tenho saído com mulheres, percebi que com elas
é mais fácil se abrir pra algumas coisas dentro de uma relação. Hoje saio com
uma garota bem legal, mas já sinto medo de continuar, sofro até hoje pela
rejeição da minha mãe quando era criança. Então, todo relacionamento eu me
frustro antes de terminar. É uma forma de me proteger, 28 anos.”
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| Foto: David Pena |
Confesso que saí de lá com a
mente e o coração bem aberto, cada um com suas histórias de medo, mas que se
entrelaçam de certa forma. Mas, esses estão bem mais avançados, pois buscam
ajuda. E aqueles que não?
Tentar, isso, tentar ser feliz,
dar uma chance para o (a) coleguinha que você já teve ou tem um romance. E como
saber se o sentimento está crescendo e se vale à tentativa. Na minha humilde
visão, a admiração é o oxigênio de um relacionamento próspero. Ela é a precursora e a âncora de todos os outros
sentimentos que um casal precisa. Admiração anda de mãos dadas com
atração física, elas são faces da mesma moeda. E se existe tem mais que viver
ao invés de fugir.
Amar também é
sentir saudades antes ou minutos depois do outro ir e sentir aquele friozinho
gostoso na barriga, aquela conversa horas com a pessoa que você não quer parar.
É quando a pessoa te faz sorrir mesmo em um dia cansativo ou com problemas
gigantes pra resolver, é quando a pessoa te abraça e o mundo para por segundos
e você quer apenas ficar ali pra sempre. Amar é respeitar cada um com suas
decisões e opiniões. É sentir o perfume dela (dele) mesmo sem que ela (ele)
esteja perto, ou ver algo e lembrar na hora da pessoa. Amar é dá puxões de
orelha quando ver algo errado ou ter uma percepção que pode ajudá-lo (la).
Não é difícil
amar alguém, as pessoas que colocam obstáculos para não tentar algo novo. Abrir
mão de certas coisas pode ser complicado, mas pode ser um novo de uma bela
história.



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