Festival Ocupa! - Festival de Artes Contemporâneas Céu lança "APKÁ!" em Brasília 28 de setembro (sábado) Ocupação Contém (Piscina com Ondas)Foto
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| Céu. Foto: Érico Toscano |
O Festival Ocupa! - Festival de Artes Contemporâneas encerra
sua primeira edição em grande estilo no sábado (28 de setembro). Céu apresenta
o show do recém lançado álbum APKÁ! pela primeira vez em
Brasília. A noite ainda conta com as presenças Natália Carrera, Raquel Reis e
Ellefante, artistas do DF.
O Festival Ocupa! é o auge da Ocupação Contém. Uma maratona de
atividades que reavivam a antes abandonada Piscina com Ondas desde 13 de julho.
Artes Visuais, Cinema e Música promovem o encontro de uma vasta gama de
talentos de todo o País. Um movimento inovador na Capital prestes a celebrar 60
anos e já com muitas histórias para contar sobre ocupação de espaços urbanos.
O Palco Ocupa! foi construído na borda superior da piscina. A plateia
fica no local onde antes havia muita água. Uma ação poética que dialoga com uma
cidade visionária. "O céu é o mar de Brasília" profetizou
Niemeyer. Nada como ter a cantora e compositora Céu como headliner desta
ode à arte que ressignifica lugares esquecidos e repletos de memórias afetivas.
Programação:
28 de setembro
(sábado):
18:00 | Natália
Carrera (DF)
19:00 | Raquel Reis
(DF)
20:30 | Ellefante
(DF)
22:30 | Céu (RJ)
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| Céu. Foto: Marcos Costa |
Sobre Céu - APKÁ!:
Timbres sintéticos, beat digital, vazios sônicos, um “olá” dissimulado,
uma protagonista artificial - “Off (Sad Siri)”, faixa que abre o quinto disco
da cantora paulistana Céu, parece dar uma ideia oposta à vibração que paira
sobre esta nova obra. Composto logo após o nascimento de seu segundo filho e
gravado no início deste ano, APKÁ! - assim mesmo, com maiúsculas e exclamação -
consolida a jornada inicial da carreira da cantora e compositora mais
importante de sua geração num disco quente e minimalista, que junta extremos
sonoros, temáticos, musicais e conceituais como se repassasse as viagens que
ela fez em seus discos anteriores. E faz com que ela deixe esta crisálida
transformada em uma nova compositora e intérprete, pronta para começar uma nova
fase de sua carreira.
O título veio do caçula Antonino, uma expressão gritada pelo bebê de
apenas um ano para designar satisfação plena. Sorrindo feliz, o filho de Céu
com o produtor e baterista Pupillo berra a estranha palavra inventada para
mostrar que está feliz com tudo que acabou de acontecer, seja uma refeição ou
uma brincadeira, num misto de excitação, plenitude e agradecimento. E, de certa
forma, APKÁ! é Céu fazendo exatamente isso - em forma de música.
Ainda em “Off (Sad Siri)”, ela já começa a mostrar a colcha musical que
compõe o novo trabalho, reunindo teclados chorosos e um violão melancólico aos
seus vocais sussurrados e entrelaçados com os do vocalista congolês Leonardo
Matumona, um dos poucos convidados do disco. Ao seu redor, ela repete o mesmo
time do festejado Tropix, seu disco anterior: o francês Hervé Salters, da banda
General Elektriks, repete seu papel como coprodutor e tecladista, bem como o
baixista e fiel cúmplice Lucas Martins e Pupillo na bateria, programações e
coprodução. O guitarrista Pedro Sá, que já tinha participado do disco de 2016,
consolida o quarteto que acompanha Céu por quase todas as faixas. Aliadas à
primeira, as duas faixas seguintes, “Coreto” (que foi composta com Gal Costa na
cabeça) e “Forçar o Verão” fazem a ponte direta com o universo noturno da pista
de dança do disco anterior, mas APKÁ! está longe de um Tropix 2.
Isso começa a se provar a partir da difusa “Corpocontinente”, que abre
um atalho inusitado no percurso fluido que o disco parecia optar. Psicodélica
em câmera lenta, ela começa a mostrar que Céu passa a experimentar para além do
que poderia ser facilmente associado à sua produção: a partir da quarta canção,
as composições, os vocais e os arranjos musicais - tudo inspecionado
pessoalmente pela própria Céu -, começam a fundir as diferentes influências e
referências musicais que exibiu em toda discografia.
Seus discos anteriores poderiam ser resumidos em determinadas paisagens:
enquanto o homônimo disco de estreia apresentava-a ao lado de sua paleta
inicial de influências (do samba ao reggae, passando por rock, MPB, soul, pop e
música africana), os seguintes a fizeram percorrer por diferentes ambientes,
quase todos imaginários: Vagarosa descia pela árvore genealógica do reggae,
Caravana Sereia Bloom explorava o deserto e a estrada, Tropix era noturno,
sintético e dançante. APKÁ! converge estes diferentes universos ao mesmo tempo
em que apresenta novas experiências musicais. No novo disco, Céu experimenta
novas formas de composição e novas formas de utilização de sua voz, cada vez
mais segura de sua personalidade artística e de como consegue trazê-la para a
superfície.
Dois dos bons exemplos estão nas duas únicas versões do disco - momentos
desafiadores especificamente para Céu. Ela que é uma das principais
responsáveis por mostrar para toda uma geração de cantoras que era possível
compor em vez de apenas interpretar - papel das principais vozes femininas da
história da música brasileira -, em APKÁ! se reinventa como intérprete a partir
de composições inéditas que pediu para que dois compositores distintos -
Caetano Veloso e Dinho, dos Boogarins.
“Pardo”, de Caetano, é uma das grandes composições do baiano neste
século e ganha um corpo quase mágico na voz de Céu, que convidou Seu Jorge para
cantarolar seu refrão sem palavras. “Make Sure Your Head is Above” foi uma
encomenda inédita que Céu fez para Dinho - compor em inglês. O resultado é uma
das melhores canções da carreira do compositor goiano, jogando uma luz solar
pouco vista em seu grupo original. Esta faixa, um dos pontos centrais do disco,
conta com um convidado de luxo, o guitarrista norte-americano Marc Ribot, que
acompanha a cantora e Pupillo, fazendo discretos beats, numa canção
deslumbrante. Nas duas composições, momentos únicos de APKÁ!, Céu domina seu
timbre criando universos sonoros únicos a partir da relação de sua voz com os
outros instrumentos - mostrando como já está partindo para outra forma de lidar
com as canções, mesmo apenas como intérprete.
Como autora, mantém este amálgama musical pelo resto do disco, buscando
graves gordos da Jamaica, guitarras desérticas, beats artificiais, em que seu
surge cada vez mais confiante de si. “Nada Irreal” sobe ao espaço sideral em
belos arpeggios digitais, “Fênix do Amor” resume um renascimento artístico
ecoando tecnopop, pós-punk e electro, a deliciosa “Rotação” é tão radiofônica
quanto experimental. Quase ao fim do disco, “Ocitocina (Charged)”, entrega sua
principal influência. É uma canção sobre o parto de seu filho mais novo, cheia
de metáforas e analogias que tornam-se evidentes na hora em que ela a batizou
com o nome do hormônio liberado pelas gestantes pouco antes de dar a luz. Ela
quis capturar a sensação mágica do parto, que joga a mulher para um lugar
“fisicamente inexistente, mas sensorialmente real - pra dentro de si mesma”, um
lugar imaginário que ela chama brincando de “partolândia” (que quase foi o
título da canção).
O disco não foi apenas batizado por Antonino, mas puxado por sua
existência. Gerido musicalmente enquanto o filho era gestado, começou a tomar
forma logo que o menino nasceu. “Ocitocina” foi a primeira música a tomar forma
quando ela começou a pensar no disco, no segundo semestre de 2018, e logo que
ela conseguiu o primeiro rascunho de canções, pegou o filho e foi sozinha para
Berlim, cidade em que mora Hervé, amigo e um dos produtores do disco, depois de
trabalhar várias músicas com o outro produtor, Pupillo, ainda no Brasil. O
pouco tempo que ficaram sozinhos - acompanhados do recém-nascido - serviu para
consolidar as canções que foram finalizadas no Brasil no início de 2019. O
disco termina tão artificial quanto começou, com a dupla Tropkillaz,
transformando Céu numa diva dance androide.
APKÁ! parece inofensivo - como um bebê - mas é cheio de camadas de
interpretação - como um bebê. “Alpha by night” é um programa de rádio ou uma
senha para uma caçada noturna? Quem são os protagonistas de “Pardo”? As faixas
de abertura e encerramento são irmãs? “Forçar o Verão” é uma música sobre o
momento político atual do Brasil? “Fênix do Amor” é sobre a própria Céu? Ela dá
as respostas, nem se importa com elas, só provoca.
Alexandre Matias é jornalista, curador de música e diretor artístico.
Céu: voz
Hervé Salters: teclados
Tropkillaz: participação especial e produção musical
Hervé Salters: teclados
Tropkillaz: participação especial e produção musical
Produzido por
Pupillo e Hervé Salters
Coproduzido por Céu
Gravado no estúdio Space Blues por Alexandre Fontanetti
Vozes gravadas no estúdio Muchito por Pupillo e Diogo Poças
Mixado por Mike Cresswell e masterizado por Felipe Tichauer no Red Traxx Music Studios, Miami, FL.
Produção Executiva André Bourgeois (Urban Jungle)
Foto Érico Toscana
Design Renan Costa Lima
Coproduzido por Céu
Gravado no estúdio Space Blues por Alexandre Fontanetti
Vozes gravadas no estúdio Muchito por Pupillo e Diogo Poças
Mixado por Mike Cresswell e masterizado por Felipe Tichauer no Red Traxx Music Studios, Miami, FL.
Produção Executiva André Bourgeois (Urban Jungle)
Foto Érico Toscana
Design Renan Costa Lima
Turnê APKÁ - Shows
confirmados
19.09 - São Paulo | Sesc Pompeia
20.09 - São Paulo | Sesc Pompeia
21.09 - Guarulhos | Sesc Guarulhos
22.09 - Guarulhos | Sesc Guarulhos
28.09 - Brasília | Festival Ocupa Brasília
05.10 - Jundiaí | Sesc Jundiaí
19.10 - Belo Horizonte | Sesc Palladium
10.11 - Salvador | Festival Radioca
16.11 - Curitiba | Goat Fest
21.11 - Porto Alegre | Opinião
23.11 - Bauru
07.12 - Rio de Janeiro | Circo Voador
19.09 - São Paulo | Sesc Pompeia
20.09 - São Paulo | Sesc Pompeia
21.09 - Guarulhos | Sesc Guarulhos
22.09 - Guarulhos | Sesc Guarulhos
28.09 - Brasília | Festival Ocupa Brasília
05.10 - Jundiaí | Sesc Jundiaí
19.10 - Belo Horizonte | Sesc Palladium
10.11 - Salvador | Festival Radioca
16.11 - Curitiba | Goat Fest
21.11 - Porto Alegre | Opinião
23.11 - Bauru
07.12 - Rio de Janeiro | Circo Voador
Céu
APKÁ!
Lançamento: Slap
Setembro de 2019
www.ceumusic.com
www.facebook.com/ceumusic
www.instagram.com/ceu
twitter.com/ceumusic
APKÁ!
Lançamento: Slap
Setembro de 2019
www.ceumusic.com
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twitter.com/ceumusic
O quê: Festival
Ocupa! - Festival de Artes Contemporâneas - Céu lança APKÁ! no Festival Ocupa!;
Quando: 28 de
setembro (sábado);
Onde: Ocupação
Contém (Piscina com Ondas - Parque da Cidade - Estacionamento 7);
Ingressos: R$ 20,00
(antecipados + 1kg de alimento) e R$ 30,00 (na hora);
Vendas online via: Sympla: bit.ly/ceuocupa
Informações: www.festivalocupa.com.br


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