Poesia Experimental Portuguesa na CAIXA Cultural Brasília


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Exposição inédita no Brasil apresenta 60 anos da produção “pós-verso” portuguesa,
com obras em variados formatos e mídias

A CAIXA Cultural Brasília recebe, de 17 de outubro a 16 de dezembro, a exposição Poesia Experimental Portuguesa, nas Galerias Piccola I e II. O compilado de obras apresenta, pela primeira vez ao público brasileiro, um panorama da poesia experimental realizada em Portugal desde os anos 1960 até os dias atuais.
São cerca de 80 trabalhos de 18 artistas portugueses. A coletânea, com curadoria de Bruna Callegari e Omar Khouri, percorre uma trajetória de seis décadas de produção poética em diferentes formatos e suportes: impressões, pinturas, caligrafias, fotografias, objetos, áudios e vídeos.
Apelidada com as iniciais de Poesia Experimental, a PO-EX nunca se configurou como um movimento fechado e teve pouca visibilidade no Brasil, embora ambos os países compartilhem da mesma língua e os portugueses tenham sido influenciados pela Poesia Concreta brasileira. Na exposição, destacam-se obras de artistas como E.M. de Melo e Castro, Ana Hatherly, António Aragão, Salette Tavares, Silvestre Pestana, António Barros, Fernando Aguiar, Emerenciano, entre outros.
A Poesia Experimental se configura como uma prática artística de resistência e transgressão. “Esta poesia nasce e se desenvolve no que se pode chamar Era Pós-Verso, instaurada pela Poesia Concreta, nos anos de 1950. Os experimentais são poetas que valorizam as visualidades todas, assim como as técnicas que as possibilitam. Fizeram uso de todas as mídias que se apresentaram acessíveis”, explica o curador Omar Khouri.
Em suas viagens a Portugal, a curadora Bruna Callegari encontrou com artistas, colecionadores e instituições de arte, recolhendo revistas independentes, documentos, obras em papel, colagens, arte-postal, registros em vídeo e objetos. “Apresentamos na exposição um recorte do que foi possível reunir, originais que marcam todas as décadas desde os anos 1960 até mesmo obras feitas em 2018. É um material panorâmico dessa poesia, que teve como característica a desmaterialização desde o início, praticada à margem, que utilizava meios e materiais frágeis e de pouca circulação, tendo preservado e expandido o seu projeto de resistência cultural e de radicalidade da linguagem”.   
A exposição visa resgatar e evidenciar o histórico dos artistas e de sua valiosa produção cultural. Na abertura da mostra, será lançado um livro-catálogo inédito, com edição de textos dos autores portugueses E.M de Melo e Castro, Ana Hatherly e Fernando Aguiar, além de reprodução das obras em exposição, em sua maioria nunca publicadas no Brasil. Também na abertura, haverá uma bate-papo com o poeta E.M. de Melo e Castro e a apresentação recitada e performática do poeta Fernando Aguiar.


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Sobre a Poesia Experimental Portuguesa


A Poesia Experimental Portuguesa surgiu na década de 1960, desafiando métodos e convenções pré-definidas na cena artística portuguesa. Reconhecida em outros países como concreta, visual, espacial ou intersemiótica, autodenominou-se, em Portugal, Poesia Experimental com o lançamento, em 1964, de revista de mesmo nome, a qual alcançou o seu segundo número em 1966.
Dois acontecimentos antecederam o aparecimento em Portugal de manifestações originais da Poesia Experimental: primeiro, a rápida visita a Lisboa de Décio Pignatari em 1956 e segundo, a publicação em 1962, pela Embaixada do Brasil em Lisboa, de uma compilação da Poesia Concreta do grupo Noigandres.
Em cerca de 60 anos de existência, a Poesia Experimental segue em atividade. Cada artista desenvolve uma maneira diferente de expressão da visualidade na poesia. Ao longo dos anos, as novas gerações de poetas deram continuidade às experimentações, mantendo sempre o princípio da invenção. Tudo pode virar poesia: poemas-objetos, poesia visual, poesia-performance, poesia-cinética e videopoesia.

Artistas na exposição

Abílio-José Santos, Américo Rodrigues,Ana Hatherly, António Aragão, António Barros, António Dantas, António Nelos, César Figueiredo, E. M. de Melo e Castro, Emerenciano, Fernando Aguiar, Gabriel Rui Silva, Jorge dos Reis, José-Alberto Marques, Nuno M. Cardoso, Rui Torres, Salette Tavares e Silvestre Pestana
Mais informações: (61) 

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 O quê: Exposição - Poesia Experimental Portuguesa;
Quando: Abertura - 16 de outubro. Visitação - de 17 de outubro a 16 de dezembro, de terça a domingo, das 9h às 21h; 
Onde: Caixa Cultural Brasília - Galerias Piccola I e II (SBS Quadra 4 Lotes 3/4);


Entrada Franca









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