CCBB recebe a mostra "Acorde! O Cinema de Spike Lee" no Dia da Consciência Negra
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| Spike Lee. Foto: Divulgação |
"Acorde! O Cinema de Spike Lee"
Cinema
do CCBB Brasília
De
20 de novembro a 09 de dezembro de 2018
A mostra "Acorde! O Cinema de Spike Lee" chega ao
Cinema do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB Brasília). Com abertura no Dia
Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), a mostra segue até 09 de
dezembro e reapresenta Spike Lee ao público sob a ótica do século XXI.
"Acorde!" é uma fala recorrente em quase todos os
filmes de Spike Lee. “É um chamado para a ação, para a ruptura de um
comportamento padronizado, geralmente declamado por um personagem secundário
para o personagem central, frequentemente em uma visão subjetiva: o ator fala ‘Acorde!
’ para a platéia do cinema. Spike Lee quer que seu cinema faça o público
acordar para a realidade que o cerca.” Destaca o curador Jaiê Saavedra.
Na programação traz 23 longas e 4 videoclipes, com uma sessão
inclusiva para deficientes auAo demonstrar para Hollywood o potencial de um cinema negro
junto ao público amplo, Spike Lee saiu da condição duplamente marginalizada de
cineasta independente e negro, fazendo dos black filmes parte da grande
indústria do cinema americano. Um período de intensa criatividade veio a
seguir, com os filmes “Mais e melhores blues”, “Malcolm X”, “Febre na selva” e
“Verão de Sam”, colocando o diretor entre os grandes nomes do cinema mundial.
Surpreendentemente, mesmo tendo alcançado a condição de um cineasta mainstream
Spike Lee nunca deixou de considerar a si mesmo um cineasta negro e
independente. Com “A hora do show” (2001), uma crítica feroz à forma como
Hollywood e a TV dos Estados Unidos tratavam os negros, ele consolidou
definitivamente a sua posição como um dos grandes realizadores do século.
A última década de Spike Lee contém alguns de seus melhores
trabalhos como documentarista, mas apesar de sua habilidade em transitar pelo
território indie e pelo mainstream, suas obras mais recentes foram
surpreendentemente pouco assistidas pelo público brasileiro. Na imprensa
brasileira muito se fala sobre suas rixas com Quentin Tarantino, suas críticas
à desigualdade social no Brasil e seus posicionamentos políticos pontuais, como
o boicote ao Oscar em nome da representatividade dos atores negros. Mas pouco
se fala sobre a genialidade de seus documentários mais recentes sobre o jogador
de basquete Kobe Bryant, o lutador Mike Tyson, o cantor Michael Jackson ou
mesmo o desastre do Furacão Katrina em New Orleans, temas populares abordados
através de uma perspectiva única, que inclui o olhar dos negros, dos latinos,
dos imigrantes e dos marginalizados.
Spike Lee também é, antes de tudo, um cineasta com incrível
domínio técnico, grande sensibilidade na direção de atores e enorme respeito à
palavra. Seus primeiros filmes já se tornaram clássicos do cinema que merecem
ser revê-los e novamente discutidos. Um raro exemplo de um diretor que
conservou enorme vigor e ousadia através das décadas, transcendendo o título de
representante de um cinema negro e se tornando um dos grandes de nossa época.ditivos e visuais, um debate gratuito com o
curador Jaiê Saavedra e as pesquisadoras Kênia Freitas e Aida Rodrigues
Feitosa, e na apresentação do cartão fidelidade do cinema do CCBB,
com cinco carimbos, o público poderá trocá-lo por um catálogo. A mostra ainda conta com uma sessão
inclusiva para deficientes visuais e auditivos. O debate também vai ter
tradução em Libras.
“O cinema de Spike Lee permanece urgente e seu discurso
inclusivo é costurado por temas que abordam uma visão particular da diversidade
racial urbana é mais atual do que nunca.” Enfatiza o curador, que optou por um
recorte com filmes e clipes que representam diferentes momentos da carreira do
cineasta. Serão exibidas obras mais recentes, pouco vistas nas salas de cinema
brasileiras.
A cinematografia de Spike Lee:
A última década de Spike Lee contém alguns de seus melhores
trabalhos como documentarista, mas apesar de sua habilidade em transitar pelo
território indie e pelo mainstream, suas obras mais recentes foram
surpreendentemente pouco assistidas pelo público brasileiro. Na imprensa
brasileira muito se fala sobre suas rixas com Quentin Tarantino, suas críticas
à desigualdade social no Brasil e seus posicionamentos políticos pontuais, como
o boicote ao Oscar em nome da representatividade dos atores negros. Mas pouco
se fala sobre a genialidade de seus documentários mais recentes sobre o jogador
de basquete Kobe Bryant, o lutador Mike Tyson, o cantor Michael Jackson ou
mesmo o desastre do Furacão Katrina em New Orleans, temas populares abordados
através de uma perspectiva única, que inclui o olhar dos negros, dos latinos,
dos imigrantes e dos marginalizados.
Spike Lee também é, antes de tudo, um cineasta com incrível
domínio técnico, grande sensibilidade na direção de atores e enorme respeito à
palavra. Seus primeiros filmes já se tornaram clássicos do cinema que merecem
ser revê-los e novamente discutidos. Um raro exemplo de um diretor que
conservou enorme vigor e ousadia através das décadas, transcendendo o título de
representante de um cinema negro e se tornando um dos grandes de nossa época.
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| Foto: Divulgação |
Spike Lee e o Brasil:
Spike Lee é um nome pop. É
um dos grandes nomes de cineastas em atividade, e particularmente um com grande
conexão com o Brasil. A gravação do clipe de Michael Jackson na comunidade
Santa Marta, a filmagem de um curta sobre futebol para a Copa do Mundo e sua
compreensão da sociedade brasileira são notórias para o grande público.
Atualmente ele coincidentemente finaliza o documentário "Go Brazil
Go", que investiga as peculiaridades das relações sociais brasileiras a
partir das transformações ocasionadas pela ascensão das classes menos
privilegiadas. Gilberto Gil, Caetano Veloso, Seu Jorge, Criolo, Tom Zé, Emicida
e Rappin Hood são os entrevistados musicais do filme que também entrevistará
políticos brasileiros e ativistas sociais.
O curador:
Jaiê Saavedra é formado em
Jornalismo, Publicidade e Cinema pela PUC-Rio e pós-graduado em Cinema e
Documentário pela FGV. É roteirista, diretor e editor de filmes e programas de
TV. Editou a série Sangue Latino para o Canal Brasil e o longa documentário
Arquitetos do Poder, sobre a história do marketing político no Brasil, além de
diversas séries para o Multishow, GNT, Discovery e Canal Brasil. Recentemente
também montou o documentário Irmãos Grael para a ESPN e o show Ney Matogrosso -
Atento aos Sinais. Dirigiu a série em três temporadas Esquinas para o Canal
Brasil, dirigiu e escreveu a série De Cara Limpa para o Canal Multishow e
roteirizou, dirigiu e foi redator-chefe das três temporadas da série Estranha
Mente, também para o Multishow, onde atuou como redator-chefe em séries como
Vai Que Cola. Dirigiu em 2018 o curta-metragem “Copacabana-Auschwitz”, premiado
no Festival Internacional de Curtas de São Paulo, e atualmente desenvolve um
longa-metragem de ficção. É curador de mostras de cinemas e produziu diversas
mostras para a Caixa Cultural e o CCBB, como Abel Ferrara e a Religião da
Intensidade, Cine Boliviano, Dogma 95, O Cinema Total de David Lean, Making-Of,
Barbara Hammer: Cinema Lésbico Experimental, Jean Renoir, e recentemente a
mostra Cidade em Chamas: O Cinema de Hong Kong.
As integrantes do debate:
Aida
Rodrigues Feitosa é Mestre em Comunicação pela Universidade de Brasília coma
dissertação de mestrado intitula-se: Poética da Rua: Estética do meio ambiente
urbano em imagens de cineastas negros. É Graduada em Comunicação, com
habilitação em jornalismo, pela mesma universidade. Possui experiência em
produção audiovisual, assessoria de imprensa, jornalismo ambiental e cultural.
Tem com áreas de interesse: estética, teoria do cinema e teoria dos cineastas.
Kênia Freitas é pós-doutoranda
(CAPES/PNPD) do programa de pós-graduação em Comunicação da UNESP. Doutora em
Comunicação e Cultura pela UFRJ. Mestre em Multimeios pela Unicamp. Formada em
Comunicação Social/Jornalismo, na Ufes. Realizou a curadoria das mostras
"Afrofuturismo: cinema e música em uma diáspora intergaláctica"
(2015/ Caixa Belas Artes/SP), "A Magia da Mulher Negra" (2017/Sesc
Belenzinho/SP) e Diretoras Negras no Cinema brasileiro (2017/Caixa Cultural/DF
e RJ, 2018/Sesc Palladium/MG). Escreve críticas cinematográficas para o site
Multiplot! Integra o Elviras - Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema. Mais
informações: (61) 9 9326-6390 – Renato Acha.
O quê: Acorde! O Cinema de Spike Lee;
Quando: De 20 de novembro
a 09 de dezembro de 2018;
Onde:
Cinema do CCBB (SCES, Trecho 02, lote 22);
Ingressos:
R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada);
Horários
de exibição: bb.com.br/cultura;
Classificações
indicativas: 14 anos.


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