Câncer de intestino: má alimentação é um dos motivos principais do surgimento da doença
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| Foto: Divulgação |
Oncologista clínico dá dicas
de mudança de hábitos de vida para evitar a enfermidade, além de falar sobre
como é realizado o diagnóstico e o tratamento indicado
Com a correria do
dia a dia, muitas pessoas tendem a se alimentar de forma mais prática, com
alimentos congelados ou processados. Mas o que muitos não sabem é que, além de
fazer mal do ponto de vista nutricional, a má alimentação pode ser motivo de
doenças graves, como o câncer de intestino.
De acordo com o
Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença está associada aos hábitos de
vida, como tabagismo, alimentação inadequada e ausência de atividade física. No
caso da alimentação, o consumo de carnes processadas e ultraprocessadas (como
salsicha, mortadela, linguiça, presunto e salame) e a ingestão excessiva de
carne vermelha aumentam o risco.
“Alimentos como
frutas, legumes e verduras têm efeito protetor. Uma alimentação rica em fibras,
incluindo cereais e grãos integrais, também contribui para a prevenção do
câncer colorretal. Já em relação à atividade física, recomenda-se, pelo menos,
150 minutos de atividade física moderada na semana”, afirma o Dr. Hélio Borges,
oncologista clínico do Hospital Anchieta de Brasília.
Um estudo do
Instituto Nacional do Câncer revela que esse já é o segundo tipo mais frequente
de câncer. Nas mulheres, fica atrás do de mama. E no caso dos homens, perde
para o de próstata. A estimativa é de 44 mil casos ao ano, e os índices podem
subir com o passar do tempo. O Inca prevê que os óbitos pela doença entre
pessoas de 30 a 69 anos podem aumentar 10% até 2030.
O câncer de
intestino, também conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal,
compreende os tumores que se localizam na parte do intestino grosso. Em geral,
o câncer de cólon se desenvolve muito lentamente. Na maioria dos casos, ele se
apresenta assintomático por muito tempo e os sinais da doença só se manifestam
quando o tumor já está com tamanho avançado.
“Os principais
sintomas são sangramento nas fezes; alteração do hábito intestinal (diarreia ou
prisão de ventre fora do esperado); dor ou desconforto abdominal; sensação de
que o intestino não esvazia completamente; fraqueza e anemia; perda de peso sem
causa aparente; alteração na forma das fezes -- muito finas e compridas”,
explica o especialista.
Diagnóstico
O rastreamento do tumor de intestino pode ser
realizado por meio de pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopia.
Estima-se que 90% desses tumores se iniciam a partir de pólipos (lesões
benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso). Uma maneira
de prevenir o aparecimento dos tumores seria a detecção e a remoção dos pólipos
antes de eles se tornarem malignos.
Dr. Helio ressalta
que a colonoscopia de rastreio tem como objetivo identificar lesões precursoras
do câncer colorretal e a triagem deve começar aos 45 anos. De acordo com o
especialista, o ideal é que seja realizada uma colonoscopia a cada 5 anos,
mesmo que o exame seja normal. Isso para os pacientes sem nenhum risco para o
câncer colorretal. Já nos pacientes com história familiar de parentes de
primeiro grau que tenham tido este tumor, o início pode ser aos 40 anos ou 10
anos antes da idade do parente mais novo que teve este tumor.
“O câncer de
intestino é tratável e, na maioria dos casos, curável ao ser detectado
precocemente, quando ainda se apresenta em estágios iniciais, sem disseminação
para outros órgãos. Para tratar o câncer de intestino, pode ser recomendada a
realização de uma cirurgia, além do tratamento complementar de quimioterapia e
de radioterapia. É o caso da cantora Preta Gil, que aos 48 anos, anunciou
recentemente que recebeu um diagnóstico de câncer de intestino e segue em
tratamento quimioterápico”, conclui o oncologista clínico.

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