Mostra de Cinema Adrian Cowell começa com filme e debate sobre a Amazônia

 

Foto: IGPAPUC-Goiás

Obras do renomado cineasta inglês terão exibições gratuitas na UnB e transmissão online  

De 20 a 24 de junho, o projeto “Histórias da Amazônia: Mostra Adrian Cowell de Cinema Socioambiental” faz uma retrospectiva da obra do cineasta inglês, que por cinco décadas se dedicou a registrar a natureza e os povos tradicionais brasileiros, e apresenta trabalhos recentes de uma nova geração de cineastas que seguem seu legado e inspiração.

      As sessões acontecem gratuitamente de forma presencial no Memorial Darcy Ribeiro (Beijódromo) da Universidade de Brasília (UNB) e online no Youtube do Neaz e na plataforma Amazônia Flix https://amazoniaflix.com.br/. Além das exibições, serão realizados debates com lideranças de povos indígenas e de movimentos sociais, de cientistas, parlamentares, cineastas e representantes de entidades socioambientais.

No momento em que os olhos do mundo estão voltados para o aumento do desmatamento, dos conflitos violentos e dos ataques aos povos nativos da Amazônia, a mostra faz um resgate da filmografia do documentarista que teve grande parte de sua vida e carreira focadas na floresta brasileira, especialmente no Parque do Xingu, local que conheceu em 1957 e pelo qual foi apaixonado até seu falecimento, em 2011. “A vida de Adrian Cowell no Brasil está intimamente ligada ao Parque Indígena do Xingu, à Terra Indígena do Xingu. O vínculo de Adrian com o Xingu é tão forte que o nome do seu primeiro filho é Xingu”, conta Stella Penido, documentarista e pesquisadora da Casa Oswaldo Cruz.

Uma mesa de abertura dá início ao evento com participação de Olgamir Amancia Ferreira (Decana de Extensão - DEX/UnB), Barbara Bramble da National Wildlife Federation (NWF), Manoel Andrade (Núcleo de Estudos Amazônicos - NEAZ/CEAM/UnB), Marcos Henrique Barbosa Ferreira (Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia - IGPA/ PUC Goiás), Stella Penido (Casa de Oswaldo Cruz/ Fiocruz), Brent Millikan (Fundo CASA Socioambiental), Joênia Wapichana (Presidente, Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos Indígenas) e Rodrigo Agostinho (Presidente, Frente Parlamentar Ambientalista). Logo após, começa a exibição do documentário média-metragem Visões da Floresta, de Vicente Rios e Adrian Cowell, em que Cowell relata seu aprendizado com os povos indígenas e as transformações na floresta a partir de 1958.

O primeiro dia traz ainda os curtas Manifestação Kisêdjê Janeiro Vermelho e Como povo Kisêdjê enfrenta inimigo invisível, a COVID-19, da cineasta indígena Kamikia Kisêdjê, e Coração do Brasil, de Daniel Santiago. O público poderá conferir também um dos filmes mais importantes de Cowell: A Tribo que se Esconde do Homem. “Este filme é um marco no pensamento ambientalista internacional e  recebeu muitos prêmios, inclusive uma composição de Paul McCartney, Kreen-AKrore”, destaca Stella. Antes da sessão, acontece um debate com o tema “O Xingu: Povos Indígenas e Geopolítica de Ocupação da Amazônia” e participação de André Villas Boas (Instituto Socioambiental - ISA), Kamikia Kisêdjê (cineasta Indígena), Watatakalu Yawalapiti (Movimento Mulheres do Território Indígena do Xingu - MMTIX) e mediado por Adriana Ramos (Instituto Socioambiental - ISA).

Entre os dias 21 e 23, as mesas de debate acontecem em formato online pelo site https://www.amazoniaflix.com.br e pelo canal de youtube do NEAz-UnB - Núcleo de Estudos Amazônicos, com projeção dos debates e filmes no Beijódromo da UnB..  Entre as produções contempladas na Mostra nesses dias estão  Financiando o DesastreNas Cinzas da Floresta Barrados e Condenados, de Cowell, além de Belo Monte: Anúncio de uma Guerra, de André D’Elia, e Tinha Gosto de Perfume: Barcarena e os crimes ambientais impunes, do Brasil de Fato, entre outros. O evento volta a ser presencial no encerramento, no dia 24 de junho, quando traz para tela Chico Mendes:Eu Quero Viver, Tempestades na Amazônia, de Adrian Cowell e Rios Voadores da Amazônia - Sem Floresta Não Tem Água, de Bettina Ehrhardt.

Núcleo de Estudos Amazônicos (NEAZUnB) realiza o evento com a colaboração do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia da PUC Goiás;  da Casa Oswaldo Cruz; e do Instituto Oca do Sol, além do apoio de outras instituições, unindo forças na busca da disseminação das obras de Cowell e outros cineastas, por entender a relevância do apoio às lutas dos povos originários e de outros movimentos populares na AmazôniaA programação completa e outras informações estão disponíveis no site:  mostraadriancowell.com.br.

Sobre Adrian Cowell

Com uma obra produzida ao longo de cinco décadas, o cineasta inglês Adrian Cowell (1934-2011) contribuiu, de forma inédita, para chamar a atenção do Brasil e do mundo para questões fundamentais da vida no planeta, especialmente na Amazônia.

 

Seus filmes destacaram temas que continuam extremamente atuais até hoje, como a relevância ecológica da Amazônia com sua enorme biodiversidade e seu papel essencial para o equilíbrio do sistema climático, a importância dos povos indígenas e outras comunidades tradicionais, com sua diversidade cultural e profundos conhecimentos sobre a proteção e uso sustentável da floresta, e os conflitos provocados por modelos insustentáveis e predatórios de ‘desenvolvimento’.

Mostra Adrian Cowell de Cinema Socioambiental – entre 20 e 24 de junho

Sessões Beijódromo - UnB

Segunda (20) e sexta (24) - às 17h

Terça (21), quarta (22), quinta (23) - às 17h30

Plataforma Amazônia Flix

Acesso aos filmes de segunda a sexta - https://amazoniaflix.com.br/ 

Link para o site da Mostra https://mostraadriancowell.com.br/

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